Olho os números, aprecio
as situações, imagino o que o futuro nos poderá trazer por esta via que
trilhamos e fico muito preocupado.
Por exemplo, quando as
estatísticas mostram que cerca de um terço da “riqueza nacional” resulta de
impostos, o que significa uma carga fiscal excessivamente elevada mas que,
mesmo assim, não é bastante para evitar que Portugal continue a acumular
défices e, apesar disso, são condicionadas decisões que nos empurram para mais
aumentos de impostos, só posso esperar um futuro muito complicado!
De facto, apesar das
melhorias significativas em relação à situação que obrigou ao resgate
financeiro, não me parecem bastantes nem sequer suficientemente auspiciosos os
resultados já alcançados, pois não pode ser aceitável uma perspectiva tão longínqua
de recuperação que uma economia mundial cheia de problemas pode ainda mais
prolongar.
Mas maior problema é que,
para além das críticas que oiço fazer à governação que outro caminho não segue
senão o de ir na onda dos disparates que todos por esse mundo fazem, não me dou
conta de propostas de solução adequadas às condições em que teremos de
construir o nosso futuro, apesar dos insistentes pedidos para a demissão do
governo.
Deste modo, que sentido têm
essas exigências de mudança e que sentido teve o pedido formal que o PCP fez ao Presidente
da República que, como ouvi de Jerónimo de Sousa, teria a virtude de devolver a
palavra ao povo que, por certo, nada de concreto diria a não ser votar na convicção
de que mudar seja bastante, vote lá em quem votar?
Mas é este o projecto de
mudança que o PCP propõe?
Uma mudança precipitada
poderá ser, direi mesmo que será porque a experiência o confirma, a pior forma
de fazer a mudança que, mais cedo ou mais tarde e mesmo sem a prepararmos,
acabará por acontecer, mas da pior forma.
Quanto ao PS, qual é o seu
projecto? O de Seguro ou o de Costa? Com qual projecto, dos dois que, afinal,
nem sequer o são, o PS pedirá a confiança dos portugueses nas eleições
antecipadas que também deseja?
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