ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 24 de junho de 2014

QUANDO O SAPATO APERTA, CORTA-SE O PÉ OU MUDA-SE O SAPATO?

Esperava eu, ao fim de tantos anos de uma crise que me faz lembrar uma enguia viva que a inexperiente cozinheira não é capaz de agarrar, que houvesse já um mais claro entendimento das razões por que acontece e persiste, em vez de continuar a escutar o palavreado barato dos que continuam cegos ou, até talvez, fazem de nós parvos, em manobras de diversão que nos distraiam dos seus reais propósitos.
Perde-se tempo, consomem-se recursos, complicam-se situações e travam-se guerras de interesses, numa confusão em que mais parece que todos se querem chegar à frente para melhor atirar pedras ao cão lazarento do que para fazer qualquer coisa para o livrar dos malfeitores e o tratar.
O aparecimento em cena do incontornável Tribunal Constitucional ainda mais complicou as coisas, desviando as atenções da realidade que ninguém parece entender para as concentrar num confronto em que cada um escolhe o seu lado e participa do modo como melhor lhe convém, no que tenho escutado os maiores disparates e algumas poucas declarações sensatas as quais, decerto porque o são, passam desapercebidas na contenda política que se trava.
Em vez da cooperação sem a qual o país jamais sairá do estado miserável em que se encontra, perdem-se os “sábios politiqueiros” na guerra da desinformação em que constroem teorias fantásticas para explicar o que não interessa a todos nós mas convém ao que a si próprios e apenas a si próprios interessa.
Li hoje uma expressão que, vinda de onde veio, não me chocou mas me fez pensar “De Orçamento em Orçamento, Passos fez por ignorar a jurisprudência do Tribunal Constitucional e seguiu uma governação nos limites da legalidade”. Escreve-a uma deputada do PS, Isabel Moreira, num artigo em que também fala das culpas de cavaco Silva que considera  “cúmplice” do Executivo no que à aprovação de medidas inconstitucionais diz respeito e, também, de colaboração com aquele para que o “peso do incumprimento” seja colocado no Tribunal Constitucional.
Fico sem saber a que lado pertence o limite, se à legalidade se à ilegalidade, e quem tem a culpa de ser assim e se, porventura, em tempo de aflição o apuramento das culpas tem a prioridade.
Parecem todos esquecidos do velho ditado de que "em tempo de guerra não se limpam armas".
Mais uma vez se prova que dá sentenças quem mais nada consegue fazer num país que já não precisa de palavras mas de acções para sobreviver, porque sobrevivência é o verdadeiro problema do país. Esse, ninguém o discute porque alcançar o poder é mais atractivo do que participar na salvação do que é de todos nós.
E nesta guerra palavrosa e imbecil de distribuição de culpas e não de procurar soluções, ficam por esclarecer, como sempre, o que apareceu primeiro se o ovo se a galinha ou se, quando o sapato aperta, se deve mudar de sapato ou cortar o pé!
O tempo passa e as coisas mudam, pelo que o pé cresce e o sapato deixa de servir. Apenas a Constituição se mantém perfeita e inalterável porque todos juraram respeitá-la!
Pronto… corta-se o pé!



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