Não vi, em António Seguro, qualidades para ser a alternativa de que Portugal necessitava para dar um novo rumo à “via austera” por onde caminha. E foi pena porque uma boa Oposição sempre obriga um governo a ser melhor.
Mas, também, em António Costa não vejo seja o que for que me anime a esperança de sair dessa via dolorosa quando o discurso é "ainda agora vinha a ouvir na rádio o primeiro-ministro e o primeiro-ministro explicava que os portugueses têm de saber que se o objectivo é reduzir o défice, há duas formas: ou aumenta os impostos para aumentar a receita ou faz corte dos salários para baixar a despesa. Ora, nós não podemos viver neste quadro de opções tão limitado e temos que dizer ao primeiro-ministro que já percebemos que não sabe sair dessa receita".
Para António Costa "há uma terceira via, que é aumentar a riqueza" porque “se houver aumento de riqueza estão criadas as condições "para a consolidação das finanças públicas". Não disse foi em qual botão carregaria para que surja a riqueza com que pagássemos as dívidas que um socialismo mal entendido criou.
Não sei o que terá ficado a pensar, se alguma coisa se consegue pensar manipulado por uma algazarra orquestrada, o auditório que, em Leiria, escutou esta espantosa descoberta! Ficou entusiasmado com certeza, ou não estaria ali a escutar os disparates que mais um ambicioso lhes diz.
Será a “terceira via” de Costa uma alternativa àquela de redução do défice de que Costa acusa o Primeiro-Ministro de ter como única receita? Não é, não passa de mais uma falácia que um velho adágio consagra "todo o burro come palha. Preciso é saber-lha dar”.
Se a qualidade dos políticos portugueses já me desiludia, que haverei de pensar dos que, levados pelas manobras palavrosas com que “novos messias” os “encantam” em óbvias mentiras que os seus discursos inflamados encobrem, podem levar o país a uma mudança que só lhes trará mais razões de queixa?
Afinal, quando enriquece um país? Diria, tal como a aritmética ensina, que quando produz mais do que o que gasta, quando nas suas contas não tem um défice sistemático que, dia após dia, lhe aumenta a dívida. Assim sendo, a “redução do défice” é uma condição indispensável para por um rápido fim ao empobrecimento, depois do qual o longo caminho de criação de riqueza se trilha com mais facilidade.
Como quando alguém se esvai em sangue, é mais urgente estancar a hemorragia ou alimentá-lo para recuperar as forças que está a perder?
Não vejo uma só solução, uma que seja muito diferente das que têm vindo a ser tomadas, que o “futuro primeiro-ministro” António Costa possa apresentar, assim ao modo como os mágicos tiram coelhos da Cartola, a menos que consiga convencer rapidamente o chamado mundo capitalista de que o seu caminho de sucesso acabou e outro é o que pode acabar com a especulação e com a austeridade a que nos obriga, como é o caminho socialista que nem Costa sabe explicar!
É óbvio que o socialista Costa fala desta riqueza que faz mais ricos os ricos que dos nossos vícios se alimentam quando nos impingem o que precisam de vender para que os seus “investimentos” sejam bem sucedidos, mesmo que de tal não precisemos.
Eu falaria de outra riqueza, daquela que à grande maioria de nós faria felizes porque devolveria ao nosso trabalho o valor que tem, à nossa vida a alegria dos sucessos que o nosso trabalho e iniciativa trouxesse, em vez de servir para fazer ricos os que dele se aproveitam para mais enriquecer, como os políticos a quem a crise não atinge, os partidos políticos que nos levam dinheiro aos muitos milhões e, sobretudo, os “amigos” a quem os favores sempre aumentam rapidamente o pecúlio.
É muito curiosa uma lista que por aí circula e compara os rendimentos de tanta gente, antes e depois de serem ministros… Por exemplo! É a contrapartida dos cortes nos rendimentos que levamos e, por isso, não produzem o efeito de equilíbrio financeiro que deveriam produzir, porque outro caminho levam.
A riqueza da justiça e da felicidade deveria ser a “riqueza socialista” que eu gostaria de ver Costa pregar em vez dos disparates e dos lugares comuns com que pretende iludir os que o escutam e que mais não são do que aqueles que o capitalismo devorador que inspira. E onde fica o socialismo autêntico?
As soluções que vejo Costa e outros apregoarem são, afinal, as mesmas do capitalismo dos capitalistas que, por isso, também são as soluções do socialismo de Seguro e de Costa, de Jerónimo de Sousa e de muitos outros, porque outra via não conhecem nem outra via são capazes de trilhar que não seja a que o capitalismo indica!
As soluções que vejo Costa e outros apregoarem são, afinal, as mesmas do capitalismo dos capitalistas que, por isso, também são as soluções do socialismo de Seguro e de Costa, de Jerónimo de Sousa e de muitos outros, porque outra via não conhecem nem outra via são capazes de trilhar que não seja a que o capitalismo indica!
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