“O
PS olha para o país e vê coisas diferentes das que vê o Governo”. Esta “notícia” que acabo de escutar é uma verdade que não surpreende ninguém porque outra não seria de
esperar de quem persegue o poder com a ansiedade de quem luta pela vida que os
longos afastamentos comprometem.
Depois
joga-se com chavões e com números que nada mais são do que previsões,
estimativas falíveis de longo prazo que, dizem alguns, desmentem as que o Governo faz. E não entendo
como previsões em que as diferenças não passam de uma ou duas
décimas para cima ou para baixo possam ser tão significativas que permitam falar
em erro ou desmentido. Tanto mais quanto factos e circunstâncias que não dependem
de nós continuam a ser os factores dominantes num mundo que não dá mostras de ser
capaz de dominar as crises que, ora aqui ora ali, parecem não se deixar controlar.
É
pena que seja assim e que, em vez de olhar a realidade tal como é para melhor a
enfrentar, se veja o que mais conviria que ela fosse para para conquistar o poder e, com isso, defender
interesses próprios em vez de pugnar pelos de todos como deveria ser ponto de
honra dos políticos a quem pagamos e concedemos privilégios, em vez de defendermos o direito que temos de cuidar dos nossos.
Infelizmente
não consigo ouvir, nos comentários sistematicamente demeritórios que são feitos, razões
compreensíveis, pequenas que sejam, por entre as afirmações sem nexo que, por serem simplesmente maldizer, não são prova das críticas que fazem.
Não
será assim que os nossos problemas se resolverão, que a austeridade será aliviada,
que um futuro melhor será assegurado.
Faz
pena sentir que continuamos a alimentar vaidades, a aceitar manobras e a
permitir incompetências que nos custam muito caro e acabam por tornar mais dura
a vida que vivemos.
Quando
exigiremos que a realidade seja vista tal como é, que as forças políticas se unam para
construir em vez de desfazer e os políticos cumpram a sua função de administrar o bem comum que se deveria sobrepor aos seus interesses
pessoais ou de grupo?
Seria
o bom senso que eu gostaria que fosse a marca de um Novo Ano em que, infelizmente
o creio, será mais fácil prever despiques destruidores do que consensos
construtivos.
Veremos!