ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

QUAL É, AFINAL, O MEXILHÃO QUE PAGA A CRISE?


Passos Coelho diz que, desta vez, não foi o mexilhão quem pagou a crise. Mas Ferro Rodrigues logo lhe responde dizendo que está muito enganado sobre quem, afinal, a pagou!
A Passos Coelho ainda posso reconhecer a pretensão do que disse, pelo menos pelo esforço que tenha feito para que assim acontecesse, neste país onde não é fácil vencer os tubarões que o fizeram refém dos seus interesses.
Já quanto a Ferro a Ferro Rodrigues tenho dificuldade em conceder-lhe o direito de dizer quem paga ou não uma crise que, mesmo se a não criou, contribuiu para que fosse bem mais dura.
Somente, a crise ainda não passou e, por isso, seja qual for a conversa, a de um ou a do outro, mais não é do que um recado para pateta ouvir porque outro propósito não têm para além de tentar convence-lo do que a cada um mais convenha.
Afinal, a campanha eleitoral já começou e, como qualquer outra anterior campanha, será mais uma caça ao voto do que a informação que deveria esclarecer quem tem de decidir como votar.
Continuam ainda a não ser muitos os que preparam conscientemente a sua escolha, sendo bem maior o número dos que se deixam levar por discursos apaixonados, pelo que a razão da maioria continua a não ser mais do que uma ilusão que se esvai quando as promessas aliciantes por que nasceu começam a não ser cumpridas. Infelizmente, foi sempre esta a razão das alternâncias nos últimos quarenta anos. Jamais se basearam em proposta concretas de futuro.
E novas fantasias, em vez de programas bem fundamentados, nos voltam agora a propor os que, de nós, nada mais querem do que o voto que legitima que se apoderam de uma “democracia” que mais não tem sido do que trono onde sentam o poder que conquistam.
Há muito que faço coro com os que denunciam os erros que nos trouxeram até esta situação em que nos encontramos. Mas, sem sucesso, soam cada vez mais fortes as vozes avisadas que alertam para os problemas que a ambição desmedida a curto prazo vai tornar ainda maiores.
Então não fará grande sentido a questão de saber qual o mexilhão que vai pagar a crise impiedosa que a esta se seguirá, porque seremos, com certeza, todos a pagá-la.
Serão, os que chamam a atenção para os riscos que a Humanidade corre, os falsos profetas que a Bíblia diz que aparecerão no fim dos tempos ou serão, apenas, vozes que pregam no deserto da ignorância e da ambição, através do qual uma política de interesses ilícitos e mesquinhos vai fazendo o seu caminho?
Já me pareceu estar mais longe a resposta a esta dúvida.


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