Evidentemente,
quando a biografia de Rui Rio estiver disponível eu a irei
comprar e ler avidamente, porque estou ansioso por saber quais são as ideias
que nela lança para voltar a fazer de Portugal o país com personalidade como já
foi em vez deste país de ultra dependentes que agora é.
Um país amolecido pelas utopias que Abril definiu mas que não foi capaz de realizar. Primeiro, porque o Estado Novo havia deixado bastante para fazer a festa e, depois, porque julgou não ser necessário esforçar-se por realizá-las porque a Europa as realizaria por si.
Um país amolecido pelas utopias que Abril definiu mas que não foi capaz de realizar. Primeiro, porque o Estado Novo havia deixado bastante para fazer a festa e, depois, porque julgou não ser necessário esforçar-se por realizá-las porque a Europa as realizaria por si.
Não
estamos bem, como todos reconhecemos. Apesar disso, vejo mais gente à espera do
que possa “cair” do Céu do que a tomar iniciativas para fazer qualquer coisa
que afaste este mal que sentimos.
Continuo
a ver mais de meio país desaproveitado, com interesses poderosos a dominar a
política, talvez aqueles que conseguiram o milagre de fazer Passos Coelho tomar,
um dia, a iniciativa de correr com um ministro, curiosamente aquele que mais incomodava
os tubarões, conservando aqueles que, como as circunstâncias o mostram, não
passam de incapazes.
E,
como sempre, continua o governo refém de interesses bem diferentes daqueles que são os do povo
que o elegeu! Tal como receio que continuará.
Depois
da festa de entronização de António Costa cujo modo de realizar as promessas
que faz continua a ser um segredo bem guardado, eu espero que a afirmação de Rio
de que “os eleitores estão ávidos de algo novo” seja uma real novidade,
diferente da mudança de actores que sempre foi porque uma peça má não se faz
boa apenas porque os actores mudaram.
Espero
que as reformas profundas, das quais desde o 25 de Abril oiço falar, sejam
finalmente definidas, não em função de utopias irrealizáveis e das miragens que
têm inspirado os políticos que tornaram, de novo, este país prisioneiro, mas da
realidade dura que cada dia mais se revela!
Espero
que Rui Rio consiga, no que tenha revelado ao seu biógrafo, ir muito além do
que a notícia do lançamento do livro nos faz saber e não passa da
vulgaridade de muitas coisas por aí já tão ouvidas.
Rio
fará, assim o espero também, o enquadramento da situação de Portugal neste
mundo confuso em que vivemos e do qual nos não podemos alhear.
Há
problemas a resolver que não são só nossos. Há deliberações a tomar que
necessitam da cooperação de todos. E há, sobretudo, a necessidade do
entendimento de uma realidade nova que não consente as ilusões em que sonhámos
poder viver.
Mais
espero que Rio diga, com toda a clareza, sem os subterfúgios em que os
políticos são mestres, o que há para fazer para além das reformas políticas que
não passam das brincadeiras em que os políticos se envolvem para disputar o
poder. Espero que diga, para além do que haverá para fazer, como se faz de modo a por um fim ao que tantas vezes se diz que "quem sabe faz, mas quem não sabe, ensina".
Finalmente
espero, de Rui Rio, uma visão de futuro que não esqueça a realidade das
diferenças profundas entre este planeta semidestruído por uma economia superconsumista
que o foi conspurcando e exaurindo os seus recursos naturais que julgou infinitos, bastantes para alimentar todos os seus caprichos e, em
consequência, defina um caminho diferente do “regresso ao passado” pelo qual os
preguiçosos tanto anseiam.
Eu
sei, também, que “os eleitores estão ávidos por algo de novo” tal como sempre estiveram
em todas as eleições cujos resultados sempre acabam por desiludi-los e os fazer
sentir, de novo, ávidos de uma outra mudança que, como as anteriores, sempre acaba a desaguar no mesmo
charco que já se tornou fétido!
Estou
muito curioso. Ansioso até por ler alguma coisa que me diga algo diferente. Se
for a biografia de Rui Rio…
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