ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 21 de dezembro de 2014

A CONSPIRAÇÃO DO POLVO QUE NOS COMANDA!


Portugal vive um momento que desafia a sua capacidade de afirmação, a qual dependerá de como for capaz de resolver as questões bicudas que tem em mãos.
Em primeiro lugar, o entendimento dos seus verdadeiros problemas, aqueles de cuja resolução depende o seu futuro até aqui subalternizado a interesses financeiros, pessoais e partidários que facilmente iludem um eleitorado pouco esclarecido, por isso facilmente influenciável por argumentos demagógicos e crente de ser a simples alternância a solução que não é, pois, como o passado o confirma, apenas tem sido a passagem de um equívoco para outro.
Há demasiadas provas da falta da persistência de que depende o sucesso de qualquer missão, característica de quem não está preparado para a levar a cabo.
As próximas eleições legislativas bem podem ser mais um enorme equívoco de uma democracia que, mesmo ao fim de quarenta anos, ainda não dá provas da maturidade que já deveria ter mas, em vez disso, parece ter enveredado por caminhos esconsos, em cujos becos se esconde a promiscuidade que tem consentido os desmandos de quem dela se serve para ser gente!
Não quero augurar desgraças porque não é meu desejo vivê-las. Por isso, bom será que um futuro suficientemente próximo desfaça as minhas preocupações quando os candidatos ao poder apresentarem projectos e propósitos para um autêntico desenvolvimento do país, se os tiverem, e a Justiça der mostras de estar, finalmente, livre das teias que a têm impedido de o ser.

Depois de alguns casos que fizeram acreditar numa Justiça diferente, desinibida, livre de preconceitos e de influências que a inibam, própria de um autêntico Estado de Direito, temo que a demagogia uma vez mais entrave, na confusão dos julgamentos de rua, o que, sem perturbações, deveria ser esclarecido nos locais próprios que são os tribunais, pois é para a rua que está a ser levado o julgamento de um ex-primeiro-ministro que escreve cartas, quer dar entrevistas e escolheu um advogado que me parece o certo para o apoiar em tal propósito.
É para a rua que o leva o corrupio de notáveis que fazem do estabelecimento prisional de Évora um santuário onde, como alguns até disseram, está a prova da vergonha que deveria cobrir uma Justiça que ousou por as mãos em cima de quem já desempenhou altas funções políticas neste país.
É a defesa de uma casta de inimputáveis que um novo Olimpo acolhe na glória das leis que fizeram, acima das quais é apenas seu privilégio poder estar.

Um polvo enorme emergiu das águas turvas da promiscuidade em que, desde há dezenas de anos, a nossa democracia chafurda e mostra que os “milagres” económicos não passam de teias ardilosamente tecidas pelos “gestores do ano” que os políticos agraciam, para enganar os tolos que pelas suas manigâncias se sentem deslumbrados.
E os que, como acontece com a maioria de nós, não têm pais ricos, nelas acabam por cair desamparados, perdendo o muito pouco que com tanto suor conseguiram.
Das confusões que fazem das engenharias financeiras sucessos de uma economia que, afinal, não é, todos já nos damos conta sem, contudo, conseguir ainda distinguir, por entre tantos “biliões” que andam à solta, a verdadeira dimensão e natureza das manobras de um enorme polvo do qual muitos tentáculos continuam ainda sem se ver mas que, como diria o Poeta, irão ainda além da Taprobana, porventura destruindo este país se, entretanto, não for capaz de os não cortar de vez!
Está em curso a maior conspiração de sempre, a do polvo que se viu descoberto nas manobras perversas que perpetra.
Será que vamos cair nessa?


Sem comentários:

Enviar um comentário