Não
vou fazer considerações sobre as vantagens ou inconvenientes da venda da TAP,
pois não disponho de informação bastante para o fazer.
Mas
já quanto à greve, a minha condição de cidadão no pleno gozo dos seus direitos,
permite-me ter opinião e, como até já o disse, considero-a oportunista,
insensata e despropositada.
Como
não sou jurista, não vou discutir a aplicação da lei da greve tal como a Constituição a define, mas posso
discutir a própria lei que julgo excessiva na permissividade das condições que
a permitem e que a transformam numa coisa diferente do que me parece que devam
ser os seus propósitos, a defesa dos direitos dos trabalhadores e não uma
interferência na gestão da empresa a que prestam serviços.
Nada
me parece que possa constituir um direito de alguém se for contrário aos
direitos de todos ou de muitos como é o caso desta greve que os trabalhadores
da TAP se propõem fazer em época particularmente sensível.
Para
além disso, os prejuízos a que a greve dará lugar, dos quais os directos a TAP
avalia em mais de trinta milhões, vão muito para além do que a atitude dos
trabalhadores deve causar ao seu empregador em defesa dos seus direitos não
reconhecidos porque atingem utilizadores que nada poderão fazer para os repor e
que terão muita dificuldade em encontrar alternativas adequadas, bem como operadores
turísticos, unidades hoteleiras e seus trabalhadores e sei lá que mais que, no
total, corresponderão a valores muitíssimos elevados e prejudiciais à débil
economia que a todos nos obriga a uma austeridade dolorosa.
Por
isto, a greve na TAP, porque nada tem de defesa de direitos dos trabalhadores e não passa de uma interferência na gestão da empresa que compete ao Governo, é contra os direitos de todos nós que pagaremos mais caro uma crise que esta
greve mais agravará.
Mais do que isso, uma greve não pode substituir-se à discussão de um assunto que à Assembleia da República compete discutir.
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