Eu gostava de poder fazer
um juízo qualquer depois do que tenho ouvido no inquérito ao caso BES a
decorrer na Assembleia da República.
Mas que juízo posso eu
fazer no meio de tanta confusão que envolve afirmações firmes e o seu
peremptório desmentido, fala de cupões e de outras coisas que eu nem entendo,
além de números astronómicos de quantias que nem imagino o que sejam?
Eu sei lá o que sejam seis
biliões de euros? Ou serão apenas seis mil milhões? Uma quantia ou outra é
coisa que a minha modesta dimensão de cidadão comum não alcança.
Mas uma coisa eu sei e
José Maria Richiardi demonstrou saber também, apesar de o não usar. É que
biliões e milhares de milhões não são a mesma coisa porque um bilião é, apenas,
um milhar de milhares de milhões!
Mas para aqueles
financeiros é tudo a mesma coisa porque Portugal é pequeno demais para ser o
seu mundo e, sendo assim, adoptam uma linguagem mais universal, com ela
contribuindo para esta dúvida que sempre me fica quando oiço alguém falar de
biliões. Do que estará a falar?
Mas o que para eles poderá
ser uma demonstração de saber, para mim não passa de ignorância porque a
linguagem correcta é a única que nos pode evitar dúvidas e em Portugal a
linguagem correcta é o português mais as regras que estejam em vigor.
Por isso, aqueles “biliões”
eram, de facto, milhares de milhões.
E para concluir este
responso à ignorância pretensiosa, resta-me dizer que “dois ponto três” ou “cinco
ponto quatro”, como outro qualquer coisa ponto também, é outro pretensiosismo ignorante
porque confunde pontos com vírgulas e, por isso, não distingue o que não é nada
do que podia ser alguma coisa.
5.3 não é nada. 5,3 são
cinco unidades e três décimas.Mas o responso é para todos, para os inquiridos e para os inquiridores, porque todos sofrem do mesmo mal! Mas mais até para os que na AR representam um país do qual não parecem conhecer bem nem a linguagem nem as regras...
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