Desde
sempre, os oceanos foram o "caixote do lixo" da Humanidade que neles
lança, continuamente, quantidades enormes de resíduos com as mais diversas
características, orgânicas, metálicas, químicas, tóxicas e radioactivas.
A
poluição oceânica atinge já níveis tão elevados que são causa de problemas
muito sérios que, a curto prazo, nos virão a causar incómodos muito graves.
Descarregados
directamente em alto mar, resultantes de derrames em extracções petrolíferas e de acidentes com petroleiros ou
carreados pelos inúmeros rios que drenam os continentes dos quais transportam, por
arrastamento, em suspensão ou dissolvidos, esgotos domésticos, esgotos
industriais, produtos químicos diversos utilizados em processos industriais, em
fertilizantes, em esfoliantes, em pesticidas, etc, os resíduos vão-se
acumulando nos oceanos onde a poluição crescente interfere já com as suas importantes
funções no equilíbrio ambiental e põe em risco as colónias de seres vivos que
os habitam.
Mais
recentemente, sobretudo ao longo das últimas décadas, os plásticos tornaram-se
um caso muito especial entre os resíduos da actividade humana, tanto pela sua
quantidade como pelas suas características de grande resistência à degradação.
Flutuantes,
os plásticos concentram-se em zonas para onde os “giros oceânicos” os arrastam,
formando “ilhas” que, em alguns casos, atingem milhares de quilómetros
quadrados.
Os
resultados do trabalho de especialistas de diversos países ao longo de seis
anos, entre 2007 e 2013, informa, em relatório acabado de publicar, que serão,
pelo menos, 5.250 mil milhões o número de partículas de plástico que flutuam nos
oceanos, com um peso total estimado de cerca de 269 mil toneladas.
Pela
acção mecânica das ondas e pela exposição ao Sol, o plástico vai-se subdividindo
em partículas cada vez mais finas que atingem dimensões quase indetectáveis, pelo que
os cientistas crêem ser bem maior do que a estimada a quantidade de plásticos
nos oceanos que são a causa da morte, em cada ano, de mais de um milhão e
quinhentos mil animais marinhos que os ingerem ou por eles são sufocados.
Também
muitos milhares de aves pesqueiras são afectadas e acabam por morrer.
As
micropartículas de plástico vão-se afundando nos oceanos, Algumas serão
ingeridas pelos animais que vivem a maiores profundidades, enquanto outras
atingirão os fundos onde se depositarão, afectando ecossistemas que ainda mal ou nem sequer
conhecemos.
Naturalmente,
muito do peixe pescado conterá cada vez mais partículas de
plástico que serão nocivas à saúde humana que, por certo, acabará por ser seriamente afectada.
O primeiro acontecimento que
levou à descoberta dos plásticos foi o desenvolvimento do sistema de vulcanização,
por Charles Goodyear, em 1839, dicionando enxofre à borracha bruta.
A borracha tornava-se
mais resistente ao calor.
O segundo passo foi a criação
do nitroceluloide, em 1846 por Christian Schönbein, com a
adição de ácido sulfúrico e ácido nítrico ao algodão. O
nitroceluloide era altamente explosivo e passou a ser utilizado como
alternativa à pólvora. Posteriormente, foi desenvolvido o celuloide com a
adição da cânfora. Esse novo produto tornou-se matéria-primana
fabricação de filmes fotográficos, placas dentárias e bolas de pingue-pongue.
Em 1909, Leo
Baekeland criou a baquelite, primeiro polímero realmente sintético, podendo
ser considerado, portanto, o primeiro plástico. Era resultado da reação
entre fenol eformaldeído.
Tornou-se útil pela sua dureza, resistência ao calor e à eletricidade.
Na década de 30 foi criado um
novo tipo de plástico: a poliamida ou comercialmente chamada de Nylon.2 Após
a Segunda Guerra Mundial foram criados
outros, como o dácron, o isopor, o poliestireno,
o polietileno e
o vinil. Nesse
período, os plásticos se difundiram no cotidiano das pessoas de tal forma a não
ser possível imaginar o mundo de hoje sem eles".
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