Acabo
de ver uma peça sobre o Papa Francisco que, como desde que o conheço sempre tem
acontecido, me tocou profundamente.
O
Rabino de Buenos Aires falou com a maior admiração deste Homem, seu amigo de
longa data, que ignora protocolos, tem atitudes simplesmente humanas, destruiu
privilégios, despojou o alto clero de riquezas e quer transformar a Igreja Católica
numa comunidade de gente humilde nos seus comportamentos mas orgulhosa da sua
contribuição para o bem do mundo.
É
um Papa que, pelo seu exemplo, aos poucos está a transformar o mundo, as
mentalidades dos que lhe prestam atenção e se sentem tocados pela grandeza do
seu espírito aberto e tão singelo.
Será,
porventura também, o Papa que concentra o ódio dos que preferem a libertinagem
do pensamento, das palavras e dos actos, acusam em vez de tentar compreender,
atacam em lugar de promover a paz, se julgam deuses apesar da pequenez do seu
ser.
Sem
aquelas afectações na voz e nas posturas corporais que caracterizam a “beataria”
inútil, com a total compreensão das fraquezas próprias do ser humano, com as
dúvidas que qualquer um pode ter sobre o que o transcende, sem o distanciamento
que aos grandes personagens confere “dignidade” e com a modéstia que
caracteriza os seres verdadeiramente humanos, Francisco iniciou uma revolução
de mentes e de comportamentos que faz dele um autêntico sucessor de S. Pedro e
da Igreja que chefia a verdadeira casa de Deus que a qualquer pode acolher.
E
uma ideia me surgiu, a de que deveria acontecer na política o mesmo que
aconteceu no Vaticano onde a linguagem e os comportamentos passaram a ter o
significado que é o comum a toda a gente, sem as subtilizas com que as “linguagens
políticas” encobrem verdades importantes e iludem realidades que deveriam de
todos ser bem conhecidas para que, em plena consciência, delegassem o poder que a
democracia diz pertencer-lhes.
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