A Grécia faz-me lembrar aquelas moças que
vão à procura do emprego bom que lhes prometeram, acabam prisioneiras e não
encontram maneira de saldara a dívida cada vez maior que têm para com quem as
sequestra porque têm comida, precisam de vestir bem, etc etc. Por mais que
trabalhem, sempre estarão em dívida.
Por isso entendo o que a Grécia deseja mas
nunca conseguirá cumprindo as regras que aceitou para entrar no euro quando não
tinha condições para entrar.
Não vejo que lhe reste outra alternativa
senão fugir, tentar escapar ao cativeiro e passar a viver com o que tenha!
Mas será este um viver melhor?
Poderá até nem ser, mas é o modo de
viver possível, sem gastar mais do que o que tem, seja o nível de vida qual for,
apenas lhe restando, com trabalho, tentar melhorá-lo. Com a força do trabalho que o nível actual de civilização despreza.
Não sei se isto é melhor ou pior do que os
credores lhe propõem, mas é o modo de ser independente se independências ainda
existem neste mundo globalizado que engole os menores e os mais fracos.
É o mundo que sempre tivemos que acabará,
como sempre, dependente de quem tenha mais força, seja Alexandre o Grande, os
mongóis, os conquistadores portugueses ou espanhois, os Estados Unidos, a
Rússia, a China, a Índia ou lá quem for. Cada qual a seu tempo, porque dos
fracos não reza a História.
E a Europa parece querer quedar-se no grupo
dos mais fracos porque as manias das grandezas de alguns que, afinal não passam
de pigmeus, não consente a união que a faria forte.
E como diz o saber de experiência feito,
não se pode, ao mesmo tempo, ter sol na eira e chuva no nabal, pelo que a
Europa terá de decidir-se por uma união de facto ou pela separação definitiva
em que cada um procura o seu caminho.
Saída da Europa, a Grécia cairá nas mãos da
Rússia que não terá para oferecer-lhe mais do que o povo russo tem. Um nível
médio de vida inferior, porventura mais baixo do que aquele que a Grécia diz
não aceitar.
A razão é simples. Não se pode fazer vida
de rico sendo pobre, porque não há quem esteja disposto a pagar o excedente
orçamental que permitirá, seja a quem for, ter o nível de vida que não pode
ter.
É uma equação sem fórmula resolvente. É a
esperança numa nova alquimia que nunca passará do que sempre a alquimia foi, uma esperança vã.
E isto será apenas o começo dos tormentos
dos quais não há “engenharia financeira” que nos salve.
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