É óbvia a falta de jeito da ministra das
finanças em certos discursos que faz. Mais ingenuidade, talvez, que alimenta
especulações maldosas como a que o oportunismo pôs a circular no chavão “cofres
cheios mas bolsos vazios”.
Foram os cofres cheios que a “revolução”
encontrou, com base no que julgou poder gastar sofregamente. E gastou, até que,
por uma primeira vez, da bancarrota se salvou com um resgate do FMI.
O “apertar o cinto” foi a palavra de ordem de
Mário Soares, a austeridade de então que hoje os socialistas de hoje esquecem,
a austeridade que obrigou a meter o socialismo na gaveta onde, parece, ficou
esquecido.
Era o primeiro sinal da insustentabilidade
de um socialismo que não reparte o que tem, como seria próprio da solidariedade
que apregoa, mas gasta o que não consegue repor, na esperança de que “os ricos
paguem a crise”!
Não leram bem o que Marx escreveu, com
certeza. Não repararam no raciocínio distorcido que conduzia ao fosso cada vez
maior com o qual a sociedade se repartiria entre patrões cada vez mais ricos e
trabalhadores cada vez mais pobres, mas que a realidade mostra ser mais a
diferença entre empresários que têm de arriscar cada vez mais e os
“trabalhadores” a quem as “conquistas” garantem a segurança que é própria da
condição de funcionários públicos e de que resultam estes resultados que nos
deixam mais pobres e mais mal servidos.
Conforme o boletim trimestral da
Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, o Sector Empresarial do Estado chegou a
Dezembro de 2014 com perdas de 1173 milhões de euros, valor praticamente duplo
do que se diz ser necessário cortar nas pensões para equilibrar as contas da
Segurança Social.
Opondo-se às privatizações que nos livrariam deste pesadelo, parece-me ser no "cofre do prejuízo" que muita gente julga preferível guardar o dinheiro!
Opondo-se às privatizações que nos livrariam deste pesadelo, parece-me ser no "cofre do prejuízo" que muita gente julga preferível guardar o dinheiro!
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