ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 2 de junho de 2015

AFINAL... NEM TUDO O QUE PARECE É!


É natural que os que por preconceitos se não rejam, mas se decidam pela observação que façam das promessas eleitorais com que os candidatos ao poder pretendam captar o seu voto, iniciem o seu processo de observação que diversos factores irão influenciar. Alguns serão esclarecedores enquanto outros serão perturbadores como quase sempre o são os discursos de tantos que, em crónicas jornalísticas ou análises televisivas, mais não fazem do que esconder a sua incapacidade de fazer com a sua arte de arengar, exibindo dotes fantásticos de curandeiros em demonstrações de preocupação inútil como seria a de um médico para quem o mais importante fosse o calo no dedo mindinho de um doente em fase crítica.
Divide-se o problema em questões menores, como é natural e próprio das insuficiências de compreensão quando o caso não é simples. Mas esquece-se, depois, a síntese que perspective o resultado final de tantas soluções avulsas que se encontraram. É assim que se atamancam as coisas e se agudizam os problemas que, bem depressa, reclamarão novas e mais drásticas soluções.
É isto que me faz recordar, de novo, uma velha anedota que bem ilustra a questão.
Ao Joaquim, saiu-lhe a “sorte grande” e ficou rico. Logo a mulher lhe fez notar que teriam de passar a comportar-se como tal, pois os tempos de pé rapado já lá iam.
E nada como começar por cuidar do aspecto. E lá escolheu para o Joaquim o melhor alfaiate da cidade que lhe recomendou um tecido caríssimo e um modelo de fato que o faria parecer um doutor.
Tiradas as medidas, feitas as provas e bem pago o trabalho, feliz chega o Joaquim a casa para se mostrar à mulher que logo repara numa pequena ruga por cima do ombro esquerdo. Inaceitável!
E lá vai o Joaquim reclamar, pois não se tolera tal em serviço de tão alto preço.
Fez-lhe ver o mestre alfaiate que tal não era defeito. “Repare Sr Joaquim, como a ruga desaparece se baixar um pouco o ombro direito. Essa postura dar-lhe-á um ar de intelectual, como convém ao seu actual estatuto.
E lá vai o Joaquim mostrar à mulher como, afinal, as coisas são. O fato não tinha qualquer defeito. O corpo dele é que não era adequado ao nível que atingira!
Mas logo a mulher verificou que, em vez da ruga no ombro, outra aparecera nas costas. Tal ela não podia ignorar.
Mais uma ida ao alfaiate que logo arranjou uma explicação que se prendia com a sua especialização em vestir gente de alto nível, para quem não é o corpo que conta mas sim o modo como o fato cai.
Mais um jeito daqui, outro dali, até que se não enxerga a mais pequena ruga naquele maravilhoso fato.
Passeia-se o Joaquim por uma rua da cidade. Alguém reparou no seu belo fato e pensa: “há alfaiates muito bons. Um tipo todo empenado e o fato assenta-lhe como uma luva!”


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