ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

A SABEDORIA DO TEMPO: GUARDA QUE COMER…


A notícia chegaria mais cedo ou mais tarde porque não haveria como a evitar.
“ As yields das obrigações gregas no prazo de referência, a 10 anos, dispararam para 12,23% no mercado secundário da dívida pelas 10h30. Contudo, ainda estão abaixo do máximo do ano de 13,6% a 22 de abril, quando os investidores perceberam que não haveria lista de reformas na Grécia aprovada pelo Eurogrupo (órgão informal de reunião dos ministros das Finanças) no final desse mês. No prazo a 2 anos, as yields saltaram para 28,23% e a 5 anos estão acima de 18,5%. ….. O contágio grego junto dos restantes periféricos do euro regressou em força. As yields das Obrigações do Tesouro (OT) português a 10 anos subiram para 3,17%, um novo máximo do ano. No prazo a 5 anos subiram para 1,797% e a 2 anos dispararam 400% situando-se, agora, em 0,478%. Registam-se, também, subidas das yields no prazo a 10 anos para as obrigações  espanholas, italianas e irlandesas”.
Estamos a falar de juros da dívida, do que teremos de pagar pelo dinheiro que viermos a ter necessidade de pedir. E sempre temos, nós e os outros.
E a situação mais se complicará se, como se torna cada vez mais provável, a Grécia entrar em bancarrota!
Talvez agora os menos atentos comecem a compreender, se conseguirem, que tal como vale a pena estar prevenido com guarda-chuva quando o tempo ameaça tempestade, é prudente ter os “cofres cheios” quando é previsível que algo como o que se passa iria acontecer e nos obrigaria a um esforço adicional à austeridade que temos vivido. Seria mais austeridade ainda.
Foi a falta deste entendimento, a noção fantasmagórica de que as dívidas não são para pagar, o que nos lançou na maior crise financeira que Portugal viveu, o que significa que o governo de então não governou, porque governar também é prevenir as circunstâncias mais desfavoráveis que possam ocorrer.
É diferente de navegar à vista, ao sabor da demagogia que facilmente conquista o eleitorado e garante a continuação do poder.
Assim, sem ter os cofres vazios como os gastadores sempre têm, podemos dispor de dinheiro que nos custou barato mas que agora está a ficar mais caro.
Lá diz um velho ditado “guarda que comer, não guardes que fazer”.


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