A notícia chegaria mais cedo ou mais tarde
porque não haveria como a evitar.
“ As
yields das obrigações
gregas no prazo de referência, a 10 anos, dispararam para 12,23% no mercado
secundário da dívida pelas 10h30. Contudo, ainda estão abaixo do máximo do ano
de 13,6% a 22 de abril, quando os investidores perceberam que não haveria lista
de reformas na Grécia aprovada pelo Eurogrupo (órgão informal de reunião dos
ministros das Finanças) no final desse mês. No prazo a 2 anos, as yields saltaram para 28,23% e a
5 anos estão acima de 18,5%. ….. O contágio grego junto dos restantes
periféricos do euro regressou em força. As yields das Obrigações do Tesouro (OT) português a 10 anos
subiram para 3,17%, um novo máximo do ano. No prazo a 5 anos subiram para
1,797% e a 2 anos dispararam 400% situando-se, agora, em 0,478%. Registam-se,
também, subidas das yields no
prazo a 10 anos para as obrigações espanholas, italianas e irlandesas”.
Estamos a falar de juros da dívida, do que
teremos de pagar pelo dinheiro que viermos a ter necessidade de pedir. E sempre temos, nós e os outros.
E a situação mais se complicará se, como se
torna cada vez mais provável, a Grécia entrar em bancarrota!
Talvez agora os menos atentos comecem a
compreender, se conseguirem, que tal como vale a pena estar prevenido com
guarda-chuva quando o tempo ameaça tempestade, é prudente ter os “cofres cheios” quando é previsível que algo
como o que se passa iria acontecer e nos obrigaria a um esforço adicional à
austeridade que temos vivido. Seria mais austeridade ainda.
Foi a falta deste entendimento, a noção
fantasmagórica de que as dívidas não são para pagar, o que nos lançou na maior
crise financeira que Portugal viveu, o que significa que o governo de então não
governou, porque governar também é prevenir as circunstâncias mais
desfavoráveis que possam ocorrer.
É diferente de navegar à vista, ao sabor da
demagogia que facilmente conquista o eleitorado e garante a continuação do
poder.
Assim, sem ter os cofres vazios como os gastadores sempre têm, podemos dispor de dinheiro que nos
custou barato mas que agora está a ficar mais caro.
Lá diz um velho ditado “guarda que comer,
não guardes que fazer”.
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