Como, aos poucos, se foi tornando expectável,
o acordo com a Grécia parece ser possível depois de muitas cedências e, mesmo
até, a ultrapassagem de diversas “linhas vermelhas” que eram muito claras no
compromisso eleitoral do Syrisa que lhe deu a vitória e permitiu formar governo.
Pelo que se noticia sobre as últimas
propostas do governo grego, as que os seus credores poderão, porventura,
aprovar, não vejo diferenças significativas para o que foram as imposições
feitas pela Troika a Portugal aquando do resgate financeiro que Sócrates acabou
por ter de pedir, depois dos excessivos gastos que fez.
Questões semânticas são agora os “sucessos”
de Tsipras reclama chamando “instituições” aos componentes da Troika e, depois
de muitas recusas, diz estar agora a “bola” do lado dos credores! O que não
parece agradar a muitos dos seus camaradas de partido que o acusam pelas concessões
que fez e até admitem poder o Parlamento grego recusá-las.
Todos sabem, Grécia incluída, que não é
esta a solução para coisa nenhuma, mais não passando de uma ilusão que em muito
pouco tempo será desfeita, de um varrer de lixo para debaixo do tapete, de mais
um faz-de-conta que reabrirá todas as questões dentro de poucos meses.
Mas como diz o povo, “enquanto o pau vai no
ar, folgam as costas” que, depois, serão de novo agredidas por problemas que,
em vez de ficarem menores, se agravam, com consequências graves para todos nós.
Por mais que Catarina Martins, naquele seu
inexpressivo modo de falar, diga que a Grécia resistiu à austeridade,
inventando um número de 8.000 milhões de euros que poupou, a verdade não é essa
e também não vejo como poderá Costa tirar partido deste total fracasso do
Syrisa para promover a bondade de ideias parecidas que tem.
A verdade, porém, é que um problema de todos nós se mantém, sem verdadeiras soluções à vista para o resolver...
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