Utilizando um expressão
que se tornou vulgar, um chavão que, como tantos outros, não significa coisa
alguma, é altura de dizer que as sondagens “valem o que valem” e não é
facilmente que se tiram conclusões dos valores que apresentam.
Por exemplo, na última
sondagem, cujos resultados estão na figura ao lado, nota-se, como
sempre, a diferença abissal entre os partidos ditos do “arco da governação”, os
quais recolhem mais de dois terços das intenções de voto, e os demais.
Concluir que, apesar da grande
proximidade, os portugueses ainda confiam mais no programa do PS, é uma conclusão
arrojada demais, não apenas pelo grau de fiabilidade próprio deste tipo de
análises como pela ausência de um factor decerto muito importante à distância
de alguns meses do acto eleitoral, aquele que quantifique os indecisos que, por
certo, muitos ainda haverá. Se os não houvesse, seriam preconceitos e não decisões
baseadas na informação o que ditaria quem nos irá governar.
Não me parece, pois, ser
possível retirar desta sondagem outras conclusões diferentes das que, mesmo sem
ela, todos já saberíamos: que as eleições promoverão, ou não, a alternância do
costume, que o PCP e seus satélites são o que são e mais nada, que o BE se
afunda e que há pintos que não vão sair da casca. Tudo isto nos cerca de 50% dos
cidadãos eleitores que se decidam a votar.
Nada vai além, afinal, da
monotonia do costume, sem programas que interiorizem os grandes problemas
actuais da Humanidade que não são os de uma economia que esgaça por todas as
costuras dos remendos que constantemente lhe fazem, mas sim as consequências
dos erros cometidos para a sustentar e que, ano após ano, se constituem
problemas cuja resolução se torna mais difícil ou impossível.
Depois de quarenta anos,
ainda não foi desta que uma sondagem recolheu a minha opinião. Também a não
daria porque a não tenho ainda.
Apenas tomarei uma decisão
na hora própria de o fazer, o acto de votar, porque, mais uma vez, poucas
dúvidas me restam de que me decidirei pelo “do mau, o menos”!
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