Muitas são as formas de dizer que fazer bem
leva o seu tempo ou que a pressa provoca erros que, depois, temos de corrigir.
Que “as cadelas apressadas parem os
cachorros cegos” e outras formas de o dizer ouvem-se por aí, mas nenhuma me soa
tão bem nem me parece tão sábia como o velhíssimo adágio “devagar que tenho
pressa” com que já os meus avós me chamavam a atenção para o tempo necessário
para fazer bem as coisas, os mesmos que me ensinaram que “não é por muito
madrugar que amanhece mais cedo”.
E foi o que transpareceu da apresentação que
ontem ouvi das linhas gerais do programa com que a “Coligação” se apresentará
nas próximas eleições que, pelo que a muita gente pareceu, chegaram a ter um indiscutível
vencedor antecipado, alguém que, esperava-se, depressa nos reconduziria ao
caminho da “abastança” que nos levou ao inferno.
Mas o tempo é o grande sábio, aquele que
nos mostra a verdade que, sempre e a seu tempo, acaba por ver a luz do dia.
Como toda a gente já notou, não diferem
significativamente os objectivos que as duas maiores forças políticas se
propõem alcançar. Diferem um pouco em alguns dos caminhos escolhidos, mas
diferem, sobretudo, nos tempos em que planeiam atingir as metas definidas.
É aqui que a questão se coloca, aquela lição
que a vida a todos já deu, a de que fazer bem leva o seu tempo e nos diz que o bom
caminhar se faz com o cuidado de não tropeçar, em vez dos saltos que, o passado mostrou também, provocam
quedas que são sempre dolorosas.É a diferença entre chegar ao destino abrindo caminho seguro na selva que atravessamos ou expor-se aos acidentes que a precipitação provoca, cair no buraco que se não viu, embater contra a barreira que não se pode evitar...
Sem comentários:
Enviar um comentário