É
cada vez mais difícil imaginar um acordo entre Tsipras e os credores da Grécia
aos quais, nas suas promessas eleitorais, garantiu não ceder às exigências.
Numa
atitude que pretende conjugar as vantagens do isolacionismo com os benefícios da
solidariedade internacional, os políticos do Syrisa esperariam um espírito de
tábua rasa que esquecesse o seu passado e lhes estendesse a mão sem as contrapartidas
que, como é natural, as ajudas sempre exigem.
De
resto, como explicar, aos que o elegeram pela promessa de acabar com a
austeridade, que é mais austeridade ainda o preço dos apoios financeiros de
que, urgentemente, a Grécia necessita?
Como
o explicar quando nem o seu próprio partido o não entende e não aceita, ameaçando
inviabilizar tal solução no Parlamento?
Entendem-se,
por isso, os avanços e recuos nas negociações que ora parecem estar quase
fechadas ora parecem distantes de qualquer solução que evite a bancarrota que
se aproxima a passos largos.
Mas,
por maiores que sejam as razões que a solidariedade invoque em favor de um
auxílio que um mínimo de humanidade reconhece como indispensável e urgente, não
vejo como, sem mudar radicalmente as regras existentes e, mesmo até, esta
economia predadora que muitos egoísmos mantêm, a Grécia poderá ser ajudada.
Encontre-se
ou não um modo que permita à Grécia receber o dinheiro de que necessita, todos
temos a quase certeza de não passar de um expediente que, em breve, mostrará as
suas fraquezas e de cuja falência resultarão problemas ainda maiores, como é
próprio das soluções que o não são.
Será que o mundo não entende que não é mais possível continuar a fechar os olhos aos problemas que se acumulam até inviabilizarem qualquer solução porque todo o processo tem o seu ponto de não retorno?
Será que o mundo não entende que não é mais possível continuar a fechar os olhos aos problemas que se acumulam até inviabilizarem qualquer solução porque todo o processo tem o seu ponto de não retorno?
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