Depois de Obama que, há poucos dias,
reconheceu a urgência de dar um fim às agressões ambientais que aceleram as
alterações climáticas, é agora a palavra do Papa, numa Encíclica sem
precedentes, a “Laudato si” (Louvado sejas), que aponta a actividade económica do
Homem como a principal causa do aquecimento global, reconhecendo a razão dos
estudiosos que há muito haviam revelado esta verdade, ao mesmo tempo que culpa
os que, de modo capcioso, insensato e cínico, a encobriram e até contrariaram
com encomendadas falsas verdades científicas.
Para a Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) esta Encíclica será um apoio precioso ao seu
esforço de esclarecimento de uma perigosa realidade que a Economia, que se
alimenta dos excessos que os nossos vícios provocam, desesperadamente rejeita
porque será o seu fim.
Denunciando o que chama “cultura do lixo”, o Papa afirma que "a sobriedade não se opõe ao
desenvolvimento, ela tornou-se sua condição".
A sobriedade será o que pode evitar a
austeridade eterna, se não mesmo o fim de uma civilização que a estupidez está
a condenar.
Não passo de mais um dos que, desde há
muito, luta por uma mudança de mentalidades e de hábitos que, para além das
guerras sangrentas que enlutaram e enlutam a Humanidade, são causa das
profundas desigualdades que a dividem entre os que têm demais e os que nada têm
mas sofrerão, também, as consequências dos devaneios com que se não regalaram.
Se não sinto qualquer satisfação pela razão
que, afinal, sempre tive e cada vez mais vejo confirmada, vale-me a
tranquilidade de espírito dos que, desde há muito, denunciam os problemas que
nos trouxeram até esta crise de meios e de valores em que vivemos.
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