Eu não sei bem o que certas pessoas pensam
do dinheiro, se cai do céu se da árvore das patacas.
Nem sequer entendo o que pensarão do seu
valor quando reclamam mais dinheiro para viver melhor.
Talvez nunca tenham reparado que quanto
mais dinheiro circula menos valor ele tem…
Por estas confusões são responsáveis certos
”políticos” que ou não sabem ou desejam lançar a confusão que lhes possa
granjear simpatia e mais votos que aumentam os subsídios estatais aos partidos
onde fazem a sua “carreira” de “servidores do povo” que, afinal, enganam.
Depois, chamam-se mentirosos uns aos
outros, cada um se julgando o milagreiro que merecemos para nos aliviar as
dores do inferno em que vivemos.
Por vezes, lembro-me dos tempos simples dos
encontros com amigos, conversas de café, passeios com namoradas, dos filmes no
S Jorge, dos concertos no jardim e de outros tantos prazeres simples que
alegravam a vida que vivia tal como Jesus Cristo, sem me preocupar com a “economia”.
Hoje, em vez disso, vivo com o stress que
esta vida acelerada impõe, com os impostos e as taxas que tenho de pagar, com
as declarações que tenho de fazer, com as dezenas de cartões com que tenho de
lidar, fujo das de telenovelas que a televisão, às dúzias, impinge em cada dia,
enjoo-me com tanta culinária, fico zonzo com o rodopiar de tantos exímios
bailarinos que fazem vibrar o Cifrão, detesto as piadas rascas dos humoristas
que temos, e cada vez fico mais longe dos amigos com quem trocava ideias, me
ria e me divertia, porque ninguém tem tempo para ninguém.
E cada vez que tento reaproximar-me dos que
há bastante tempo já não vejo… melhor fora que os não tivesse procurado porque
já partiram.
Perdi o tempo de conviver com quem gostava.
Resta-me este tempo de “gramar” quem me chateia. Oiço os inteligentes que
ganham a vida a debitar a ciência inútil que criaram, a de prever o que nunca
acontece, a de criticar os que fazem sem terem de demonstrar que seriam capazes
de fazer melhor.
E não posso esquecer-me dos políticos que
me prometem as delícias de uma vida melhor mas depois me cortam na pensão para
a qual descontei 50 anos!
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