Nunca as sondagens me pareceram tão estranhas como agora. De tal modo que quase me custa a crer que sejam feitas com o cuidado e a isenção com que o devem ser.
Bastará um pouco menos de atenção na selecção da “amostra”(*) ou até, se disso for caso, um jeitinho conveniente para que o resultado fique desvirtuado ou seja o que mais nos convém.
Depois de sondagens iniciais que apontavam para o claro e natural desejo de uma mudança que as circunstâncias mais do que justificavam, foram-se alterando e agora, a seguir a uma sondagem que dá vantagem ao PSD logo surge outra que a dá ao PS!
Mais estranhas me parecem quando as tendências que mostram são tão díspares da noção que a realidade nos dá, seja na convivência directa seja nas “redes sociais” onde se confrontam argumentos ou, simplesmente, preconceitos indicadores da orientação do voto. A noção que fica é de que uma grande maioria sente por Sócrates a repulsa que merece alguém que nos arranjou uma séria encrenca, que nos meteu numa grande alhada e nos fará passar por dificuldades que uma política sensata teria evitado!
Não é este o lugar para fazer um repositório das razões que mostram ser Sócrates um político descredibilizado ou um político que não merece o respeito e a consideração que, no estrangeiro, um político nacional deve ter.
Finalmente, para um resultado eleitoral fortemente punitivo para Sócrates há numerosas razões como o são os maus resultados da governação que fez, das tramóias que gizou e das “desconfianças” que a sua reputação justifica.
Mas se for o caso de os resultados das sondagens corresponderem a uma realidade inimaginável numa democracia esclarecida, então estarão em causa valores e conceitos que me fazem temer pelo futuro de Portugal. Por diversas razões.
(*) Feita sobre uma “amostra” seleccionada na presunção de possuir as características médias do “universo” a que corresponde, a sondagem tem a credibilidade que a amostra tenha, sendo os “intervalos de confiança” que as sondagens apresentam um mero parâmetro estatístico, por isso independente da “confiança” que a sondagem possa merecer.
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