Lembro-me de, numa das primeiras telenovelas brasileiras chamada Casarão, um ancião de nome Atílio passar dias e dias remexendo a trampa que enchia uma velha banheira na esperança de a transformar em ouro! Acabou o homem por morrer sem alcançar tal sucesso, assim como aconteceu com milhares, com todos os alquimistas.
É o que me parece Sócrates quando consegue ver felicidade na infelicidade a que a sua incompetência nos condenou.
Também me lembro de como, naqueles tempos de um jogo de futebol internacional por época, o ansiosamente esperado Portugal-Espanha, sempre conseguíamos “vitórias” mesmo quando o resultado nos era desfavorável, como era habitual! Eram “vitórias morais” que nos permitiam manter erguida a cabeça e quase dizer que éramos os melhores do mundo!
É o que me parece acontecer quando Sócrates proclama sucesso onde, claramente, o não há.
Estas trapaças frequentes e nas quais Sócrates é mestre, ou mesmo doutorado, voltaram a estar em evidência nas suas declarações para informar o país de que as negociações com a Troica haviam terminado, tendo o seu governo conseguido um excelente acordo.
Os 13º e 14º meses não serão retirados, como alguns jornais anunciaram e os compromissos relativos ao défice orçamental eram mais favoráveis do que os assumidos pelo seu governo perante a União Europeia...
Não disse onde a Troica irá garantir as poupanças com que pagaremos o empréstimo que nos vai fazer, mas é já bom saber que não haverá mais cortes de salários, despedimentos na função pública, blá blá blá…
Se nos lembrarmos do seu prognóstico terrífico quando não foi aceite o “seu” salvífico PEC4, de como iríamos sofrer na pele a bestial dureza do FMI, suspiramos de alívio e quase nos apetece dançar de alegria perante tão “boas notícias” que nos trouxe ou, mesmo até, aclamá-lo como herói! Mas os "aprofundamentos" de algumas medidas do PEC4 que Sócrates não detalhou...
É grande a lata de quem nunca estaria disposto a governar com o FMI e agora se sente tão feliz pelo excelente acordo que fez com ele e com ele deseja governar!
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