Já todo o mundo se preocupava com uma crise que poderia não ter precedentes, ainda Sócrates nos acalmava com a afirmação de estar Portugal em condições de ser pouco ou nada afectado, em consequência da solidez das suas finanças.
Mas a crise, cuja natureza os economistas ainda não tinham percebido bem, acabou por chegar e os juros do financiamento da dívida pública que Sócrates fizera duplicar em cinco anos, cresceram e voltaram a crescer. Porém, o governo de Sócrates, através do seu ministro das finanças, fez saber que tal acréscimo apenas seria preocupante se atingisse 7%!
Que, afinal, Portugal não conseguiria resistir à crise que também batera à sua porta, depressa se tornou evidente e os “mercados” defenderam-se aumentando ainda mais os juros do dinheiro que emprestavam. E os juros não mais pararam de crescer.
Quando se tornou mais do que evidente que uma ajuda externa era inevitável perante os compromissos excessivos que o governo havia assumido, Sócrates afirmava, ainda, a capacidade do país para resolver os seus problemas de forma autónoma, poupando os portugueses aos sacrifícios insuportáveis da intervenção do FMI.
Mais disse o “iluminado” Sócrates que jamais governaria com o FMI, pois não haveria condições para continuar a governação de sucesso deste governo do Partido Socialista. Já, então, os juros da dívida haviam ultrapassado os 10%.
De discurso em discurso a meter medo do papão ia Sócrates acalmando o pessoal, enquanto de PEC em PEC ia o governo “encanando a perna à crise” que se tornava cada vez maior.
E aconteceu o inevitável neste perigoso caminho de despudorados enganos quando, ao quarto PEC, a Assembleia da República disse BASTA!
Era a crise que Sócrates e o Presidente da República tanto tentaram evitar! E surgiu aquela patética pergunta: “como puderam fazer isto ao país?”. Foi Sócrates, o grande arquitecto do buraco em que Portugal caiu, quem a fez!
Apresentou a demissão, culpou toda a gente do sucedido e parecia ter reconhecido a sua incapacidade quando, num daqueles golpes de rins em que é perito, se dispõe a negociar a ajuda, a negoceia, se insurge contra os que julgam ter, também, algo para dizer nestas circunstâncias tão difíceis para o país e acaba a dizer que apenas ele tem condições para governar neste “pais de cegos” em que só ele tem olho!
Findas as negociações, a “Troika” que negociou a ajuda mostrou-se confiante no sucesso do acordo conseguido que considera justo quanto às condições estabelecidas. Mais ainda, os negociadores da “Troika” afirmaram que as condições poderiam ser menos severas se a ajuda tivesse sido pedida mais cedo.
Tal como havia sido já reconhecido ser necessário, este acordo vai além do nado-morto PEC4, impondo reformas que, há muito, a economia portuguesa reclamava. Mas para Sócrates foi a vitória do PEC4!!!
Esta sucessão inacreditável de factos leva-me a perguntar: quem está louco?
Eu, baralhado estou com certeza, mas não tenho dúvidas de que sofrerei muito mais do que já sofro se for Sócrates quem conduzirá o país após as próximas eleições. Mas há quem julgue que não…
Com ele, quem apostará nesta terra sem futuro?
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