Infelizmente, vejo muitas
das minhas preocupações de há muito materializarem-se em provas que já não é
possível ignorar. Porque, materialmente, tudo tem limites, os limites atingem-se
e, como limites que são, não podem ser ultrapassados.
É o ponto atingido pelo
modo de viver daquela parte da Humanidade que, economicamente, domina o mundo. O
dito mundo civilizado que caiu no atoleiro em que se debate para tentar salvar
os ilusórios valores que instituiu e umas quantas organizações classificam com
uns cabalísticos conjuntos de letras que vão do AAA que atribuem à grandes
potências económicas, até qualquer coisa a que é vulgar chamar LIXO e abaixo de
lixo até, em que revê bem a maioria dos países do mundo, aqueles em que a
pobreza dura domina e jamais terão a possibilidade de desfrutar dos recursos
que outros desbarataram.
Depois da óbvia
incapacidade de dominar uma “crise” que já mostrou não ser como as outras, ter
outras consequências e não ceder aos “tratamentos” que “curaram” as anteriores,
começam a surgir sinais de alarme tais que que as próprias instituições de
credibilização já pensam em eliminar o nível mais elevado porque as
circunstâncias o já não justificam.
Mesmo assim e apesar de
outros indicadores, como os agora revelados pelo relatório do Painel
Intergovernamental para as mudanças climáticas, no qual são previstas situações
futuras muito preocupantes em relação às quais há que tomar sérias e urgentes providências,
não vi, ainda, que os políticos, aqueles a quem compete acautelar o futuro de
quem os elegeu, manifestem a menor preocupação com o que sejam os graves
problemas que o futuro nos coloca, mantendo a conversa típica dos que apenas
pretendem fazer crer que é como lhes convém e, deste modo, manobrar aqueles a
quem deveriam ser fieis.
São degradantes as
discussões na Assembleia da República, os argumentos de tantos que nela
participam, reveladores de um total desconhecimento dos verdadeiros problemas
que devemos enfrentar e resolver ou, quem sabe, de uma ânsia de poder ou de
protagonismo que faz esquecer os direitos daqueles em nome de quem ali se
sentam.
Alguém disse e muito bem,
que o pior cego é o que não quer ver. Mas parece-me que mais cegos são os que
continuam a conceder crédito àqueles que, persistentemente, os enganam, em seu
nome têm direito a regalias incompatíveis com a pobreza extrema que muitos
sofrem e se furtam aos sacrifícios que aos outros impõem.
É hora de exigir da Assembleia
da República a dignidade que é própria do melhor que a sociedade pode ter, em
vez de lhe consentir o ambiente revisteiro que transparece nas discussões sem
sentido e que tão longe andam da realidade que deveria ser sua preocupação.
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