Parece uma conversa de
tontos, esta que se reacendeu sobre o malfadado BPN que custa aos já tão
explorados portugueses por causa de outras artes macacas, entre 3,4 e 6,5 mil
milhões de euros! Veremos se, no final, até nem será mais.
As recentes declarações de
Durão Barroso acerca das suas preocupações com o que se passaria no banco da
Sociedade Lusa de Negócios e sobre as quais teria conversado com o então
governador do Banco de Portugal, Vitor Constâncio, foi como lançar gasolina
numa fogueira ainda mal apagada. E valeria a pena reacender o incêndio que bem
melhor seria apagado com a verdade que até agora se encobriu.
Barroso afirma aquilo de
que Constâncio se não recorda senão numa ou noutra conversa breve e não
especialmente dedicada ao assunto. Ora, sendo como for, o assunto foi falado e
o Governador do Banco de Portugal não pode alegar ignorância.
Cinco ex-governadores do
Banco de Portugal saem em defesa de Constâncio, afirmando que que “a supervisão bancária não é um sistema de investigação
de crimes financeiros”, acrescentando que “Lamenta-se que prevaleça uma enorme confusão sobre a natureza dos
bancos centrais e, em particular, das suas funções de supervisão bancária. E
que essa confusão venha pôr em causa a competência e a honestidade de uma
pessoa a quem o país muito deve”.
Mas não me parece
importante, neste momento, saber quais sejam, em pormenor, as funções de
“supervisão” do Banco de Portugal que, no dizer dos ex-governadores, não pode “acompanhar em tempo real os milhões de
operações que ocorrem a cada instante no sistema financeiro”. Mas não pode
invocar ignorância dos “rumores” sobre o que de muito grave se passaria já no
tempo da governação de Durão Barroso, o que deveria ter constituído um alerta
para algo de muito grave no sistema bancário que deve supervisar! Como o faz?
Os acontecimentos mostram que não o faz bem!
À de Durão Barroso, seguiram-se
as governações de Santana Lopes e de Sócrates até que, depois de muito tempo e
de muitas irregularidades praticadas, se desmoronou o pomposo “castelo de
areia” que figuras notáveis deste país tinham construído para se tornarem multi-milionários,
tomando o Estado, em nome de todos nós, a responsabilidade de assumir os custos
dos incontáveis prejuízos provocados.
Não se vê, pois, que fosse
um acompanhamento em “tempo real” que o Banco de Portugal teria de fazer ao
longo do longo tempo decorrido, mas sim uma análise das manobras de um banco
sobre o qual corriam fortes rumores de irregularidades, as quais, decerto, de
algum modo teriam de reflectir-se na informação que ao banco central o BPN
teria de fornecer.
Encurtando razões, fico-me
por perguntar AFINAL O QUE FAZ O BANCO DE PORTUGAL NAS SUAS FUNÇÕES DE
SUPERVISÃO BANCÁRIA?
E também fico, afinal, sem
saber o que, no parecer dos ex-governadores amigos, tanto fiquei a dever a
Vitor Constâncio!
Sei, apenas, que me tem
custado muito caro na pensão para a qual descontei 50 anos e decresce a cada
ano que passa. Mas ninguém me perdoa nada, ao contrário do que aconteceu aos participantes na "manobra" que, com o dinheiro de todos nós, viram protegidos os seus bens. Mas responsabilidades… é coisa que neste país ninguém tem coragem de apurar.
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