ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 8 de abril de 2014

VERDADES DE PITONISA

Quando os mais velhos, aqueles a quem a vida proporcionou a experiência que aos mais novos falta ainda e, por ela, seriam os conselheiros ideiais, os homens sábios deste país que ajudariam a conduzir no sentido da razão e do bom senso, dizem as coisas absurdas que Soares diz nas suas crónicas domingueiras, eu entendo melhor por que chegámos ao ponto de termos vivido os horrores que vivemos, de termos feito os sacrifícios que fizemos e, apesar disso, podermos vir a mergulhar ainda mais fundo na lama de que estamos a querer sair.
Qual Pitonisa, desta vez Soares escreve que não tem dúvidas de que este Executivo "cego e surdo" cairá "dentro de, o mais tardar, um mês e pouco", e, aí, "a verdade virá à tona da água".
Não tenho dons divinatórios que me permitam dizer se Soares está certo ou errado nas suas previsões de hecatombe política que nada, hoje, leva a prever. Mas as loucuras acontecem e essa poderá ser mais uma de tantas que a cada dia se vêem. Acontecerá, pois, o que tiver de acontecer neste país que não parece ainda satisfeito com as provações por que passou, porventura convencido de que não haverá pior por que passar. Mas há, infelizmente! E bem pior se regressarmos às leviandades de outrora.
Passado este pormenor que não discuto para me não intrometer em obscuros processos divinatórios que não domino, a minha curiosidade concentra-se na “verdade que virá à tona de água”.
A que verdade se referirá Soares? Àquela que se conta aos tontinhos que se julgam inteligentes porque já não acreditam no pai natal e os deixa felizes? Aquela que, depois, não é porque afinal…
Todos conhecemos a cena. Mas muitos não se recordam dela!
Pois… devem ser as verdades que se contam nas campanhas eleitorais em que o povo recebe o “beijo de Judas” que o levará a mais um Calvário!

A verdade não será aquela pela qual Soares espera nem a que Arménio, Jerónimo e outros esperam também, porque a verdade dura é muito difícil de esconder e, por isso, sempre está à vista dos que a querem ver e é aquela que as pessoas reconhecem neste caminho pedregoso que as “pitonisas” nos obrigaram a percorrer, fiadas na magia do que mágico não é, sem a visão de futuro que os governantes deveriam ter e, pior do que isso, sem fazerem ideia do mundo que enfrentam e se torna diferente a cada dia que passa, muito diferente daquele que fez crer ser verdade o que deixou de o ser.


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