Senão, atente-se nesta
preciosa afirmação de Teixeira dos Santos, o ministro das finanças de Sócrates,
referindo-se ao actual Governo: "Cortaram salários e só agora descobrem
gorduras do Estado".
Não
nos esqueçamos de que foi Teixeira dos Santos quem governou as finanças portuguesas
ao longo de muito tempo no Governo anterior, o de Sócrates, e, por isso, inscreveu
nos orçamentos que fez as verbas que pagavam aquelas gorduras que o actual
Governo, diz ele, apenas agora descobriu mas das quais, pelos vistos, ele nunca
se apercebeu!
Francamente,
esperava mais de alguém que durante vários anos viveu rodeado dessas “gorduras”
com as quais se não preocupava! Tê-las-á, até, alimentado como se pode concluir
de tanta coisa que fez e teve de ser, depois, alterada.
Mas
por que diabo será que certas pessoas ficam candidamente amnésicas ou
deliciosamente patetas quando se deixam levar por paixões sectaristas em vez de
reconhecer os seus erros, mesmo os mais óbvios, e participar, como deveriam, na
recuperação do seu país? Será que não conseguimos ser mais do que uma sociedade
permanentemente desavinda em guerrinhas tolas de poder que nos enfraquecem e
dão de nós tão má imagem?
Muita
gente se lembrará daquele tempo em que todos sentíamos o país a resvalar para o
abismo e o Sr Ministro Teixeira dos Santos, com ar tranquilo, pedia calma
porque tudo estaria bem enquanto os juros da dívida não ultrapassassem 7%!!! Entretanto, Sócrates havia afirmado "tivemos a coragem de aumentar a dívida..."
Agora que os juros estão já inferiores a 4%, os socialistas entendem que o país está pior do que então e que a dívida não é sustentável.
Agora que os juros estão já inferiores a 4%, os socialistas entendem que o país está pior do que então e que a dívida não é sustentável.
A
verdade é que Portugal não teria tido necessidade de um resgate financeiro se
no Governo de Sócrates e de Teixeira dos Santos os juros se encontrassem ao
nível em que hoje se encontram, as finanças estivessem controladas como hoje
estão e a economia crescesse como hoje cresce em vez de se reduzir como, então, se reduzia e poderíamos, calmamente, fazer as reformas indispensáveis, sem interferências alheias e como julgássemos melhor.
Parece
nada saciar estes senhores que, antes, fizeram a festa e, agora, fazem a
caramunha!
Independentemente
dos erros também cometidos por este Governo, são, sem dúvida, muito mais graves
os que o anterior cometeu e levou o país à beira da bancarrota!
Não
deveria haver um pouco de pudor quando disso falam os maiores responsáveis pelo
que se passou?
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