Falhada a candidatura a Sede do
Medicamento na UE, o que, dizem, teve como principal causa a natureza das instalações
propostas, o Porto recebeu do Governo de Costa um prémio de consolação.
Sem deixar passar o tempo e, quem sabe, talvez sem consultar ninguém, Costa decidiu
transferir a Sede do Infarmed para a “capital do Norte”, o que, como se
noticia, apanhou o Próprio Infarmed desprevenido.
Ouvi, depois, Costa dizer que se o Porto tinha condições para albergar a Sede do Medicamento, também teria para lá estar a sede do Infarmed! Tinha mesmo? E que tem uma coisa a ver com a outra?
Ouvi, depois, Costa dizer que se o Porto tinha condições para albergar a Sede do Medicamento, também teria para lá estar a sede do Infarmed! Tinha mesmo? E que tem uma coisa a ver com a outra?
Diz-se que tal decisão não origina
deslocações, mantendo-se as instalações em Lisboa tal como estão, funcionando
como uma “Delegação Regional.
Em conclusão, criou-se um elefante branco
para adoçar a boca dos portuenses sem, de facto, lhes dar coisa alguma.
Parece que os trabalhadores, surpreendidos,
não gostaram da ideia e vão reunir-se para analisar a decisão.
Não imagino o que vão analisar. Se as
vantagens de tal mudança, nomeadamente a melhoria da eficácia Infarmed no
desempenho das suas funções se os postos de trabalho que vai criar ou destruir?
Fico à espera de saber qual será.
Mas de uma coisa, para já, fico ciente, a
descentralização de Costa assemelha-se ao jogo dos cinco cantinhos. As coisas
mudam de canto sem que sua essência mude e sempre haverá um sem canto que
deseja tirar o canto a outro.
E, assim, a modos como acontece com os
professores e irá acontecer com outros trabalhadores do Estado que não foram agraciados
como os vulgares trabalhadores da função pública o foram, Braga, Coimbra e outras
cidades mais que, tal como o Porto, também se julgarão com direito a qualquer
coisa, pedirão ao generoso Primeiro Ministro que lha dê. E fica a sede de uma
coisa aqui, outra ali e outra acolá.
Digamos que, para além da satisfação do ego
do Presidente da Câmara do Porto e dos efeitos eleitoralistas que esta atitude possa ter tido, dos quais Costa bem precisa depois das trapalhadas em que se meteu, este presente vazio não serviu rigorosamente para nada.
Será assim a descentralização que Costa se
propõe fazer?
Pois eu preferia que Costa olhasse para as
vastas regiões do país onde não há coisa alguma e estão a definhar dia a dia,
lhes desse aquilo que deveria dar, atenção e, sobretudo, o direito de cuidarem, elas
próprias das questões mais próximas que afectam a sua vida. Em suma, que as
deixe desenvolverem-se em conformidade com as suas necessidades e com os seus
recursos que saberão aproveitar e gerir como ninguém.
Que as deixe escolher aqueles que as
representam na Assembleia da República onde, deste modo, defenderão os seus
interesses e não o que aos partidos mais convém.
A descentralização que se diz querer fazer não passa do cumprimento
local do que os organismos centrais decidirem, para além de uns presentes vazios como este que Costa deu ao Porto.
Nós, os emigrantes que o centralismo de
Lisboa levou a deixar as suas terras, poderemos faze-las reviver de novo e
preservá-las das espoliações de que sempre foram alvo, do desprezo a que sempre
foram votadas, da morte inevitável a que, deste modo, estão condenadas. Sem com
isso prejudicar a unidade nacional, mas antes, assim, mais contribuir para o
bem de todos.
Não precisamos das sedes de nada que estejam
em Lisboa, apenas desejamos poder tomar as decisões mais próximas, necessárias
e urgentes para melhorar a nossa vida, governar-nos com o que é nosso,
desenvolvê-lo e fazê-lo crescer, para bem de todos nós.
Isto sim, traria riqueza às regiões do país,
acabaria com a desertificação do Interior e tornaria Portugal maior.
Sem comentários:
Enviar um comentário