ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

ÁGUA, O BEM MAIS PRECIOSO SEM O QUAL NÃO HAVERÁ VIDA



Ontem, no programa Prós e Contras da RTP1, vi pessoas bem informadas falarem dos problemas de falta de água que a provável futura ocorrência de secas frequentes e severas nos proporcionarão e, também, de algumas propostas, sobretudo a nível individual, de atitudes que correspondem a uma adaptação, no modo de viver, às novas condições ambientais a que o aquecimento global nos obrigará.
Foi um programa em que a submissão inevitável às novas condições ambientais foi a nota dominante, sem quase abordar soluções para as causas que a determinam.
Não posso dizer que fiquei chocado fosse com o quer que fosse que ali foi dito, excepto com aquela proposta de guardar as fezes em papel prateado que me não parece fazer qualquer sentido por variadas razões.
Mas não é sobre isso que me apetece reflectir mas sim sobre as grandes atitudes que antes destes pormenores mais ou menos rebuscados de soluções individuais, familiares ou de pequenas colectividades, devem merecer a atenção e a procura de soluções que correspondem, naturalmente, à reversão ainda possível, mas urgente e determinada, das condições que causam a situação de penúria que se crê será cada vez mais frequente.
Por que aceitar a adaptação total e penosa a condições que podemos evitar ou, pelo menos, podemos minimizar?
Em primeiro lugar será a de exigir dos políticos em quem votamos para nos governar que se esclareçam e se consciencializem de que serão os grandes responsáveis pelos males que nos vierem, em consequência das soluções tímidas e sempre adiadas, decisões que (não) tomam nas suas conferências anuais, a um ritmo incompatível com a urgência de actuar.
A redução drástica da produção de gases de estufa está, certamente, em primeiro lugar, seguindo-se a recuperação das condições naturais do ciclo do carbono, nomeadamente no que respeita à intervenção no meio vegetal e nos oceanos, uns criminosamente reduzidos e os outros excessivamente poluídos.
Também a redução da utilização de combustíveis fósseis que Trump, ao invés do resto do mundo, se propõe incrementar “para devolver a grandeza à América” é já mais do que urgente.
Mas nada disto terá efeitos benéficos que valham a pena se as grandes potências que produzem a maior parte da poluição mundial se não dispuserem a adoptar as medidas que, há muito tempo já, são necessárias e correspondem a substituir os gurus de Wall Street e outros iguais por especialistas que cuidem do Ambiente e das atitudes urgentes para o recuperar.
Mas a inutilidade dos políticos neste esforço de salvar a Humanidade (não o Planeta como costuma dizer-se) é por demais evidente na sua submissão aos interesses económicos e nos despiques de crescimento que fazem entre si, persistindo, afinal, na via da desgraça que prosseguimos.
Finalmente, uma nota para educação nas escolas onde o ensino das quatro estações do ano, que já não existem, seja substituído pelo esclarecimento das novas condições em que vivemos e da urgência em melhorá-las ou não as deixar piorar para salvar a Humanidade.
E se reduzir a produção de gases que aumentam o efeito de estufa está entre o mais urgente de fazer, por que, por exemplo e para além da não utilização de combustíveis fósseis, continuar a aumentar as manadas de ruminantes que para isso fortemente contribuem, além de contribuírem para o consumo excessivo de carnes vermelhas que é, reconhecidamente, nocivo à saúde?
Se não desperdiçar água se tornou uma necessidade premente, por que permitir que eucaliptos sejam replantados onde, antes dos incêndios florestais existiam, em vez de reduzir, de modo determinado, as áreas de tais plantações de espécies que exaurem as camadas freáticas que garantem a perenidade das linhas de água?
Enfim, um tema inesgotável sobre o qual a grande maioria dos cidadãos não estão informados e do qual os políticos fogem como o diabo da cruz!


Sem comentários:

Enviar um comentário