ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 5 de novembro de 2017

A PROPÓSITO DA FALTA DE ÁGUA



Não vai longe o tempo em que a construção de barragens para armazenamento de água era motivo de forte contestação por parte dos puristas que julgavam ser possível manter o Planeta intocável apesar de toas as alterações a que o tempo vai dando lugar e as novas necessidades que origina.
Agora, com a seca severa que vivemos, a qual nos causa sérios incómodos que pode chegar ao racionamento da água e custa elevados montantes financeiros, já há quem diga que será de elevar a cota do coroamento das barragens e outras coisas mais sem grande sentido que a óbvia ignorância da essência destas matérias naturalmente desculpa.
A este propósito, escrevi recentemente dois textos que aqui recordo para que, quem o desejar, os possa rever, “A água, em bem essencial cada vez mais escasso” e “Construir ou não aproveitamentos hidráulicos?”.
A questão é que não se constrói uma barragem apenas porque existe um vale que, à simples vista, poderíamos transformar num belo lago e não se aumenta a cota do coroamento de uma barragem como quem acrescenta mais um piso num prédio urbano.
Há todo um conjunto de análises a fazer, particularmente no domínio estrutural, da geologia e da hidrologia, para além da optimização do conjunto dos aproveitamentos de uma mesma bacia.
Estudos de possíveis transferências inter-bacias são de considerar também e, naturalmente, não podem faltar os estudos dos impactes que venham a provocar.
Nesta matéria é muito perigoso passar do oito ao oitenta, como parece que o receio de anos piores do que aquele que vivemos leva a pensar ser a solução.
Publiquei um texto sobre esta matéria há talvez dez anos quando um programa de um governo socialista previa a construção de mais uma quantas barragens, pelo que foi seriamente contestado. E revelei a minha opinião contrária, dizendo os motivos pelos quais a mantinha.
Hoje será necessário repensar tudo de novo para que se não cometam erros grosseiros dos quais podem resultar inconvenientes muito sérios.
Mas é preciso andar depressa porque o tempo urge.
O caso de Viseu parece ser o mais grave pela falta de água nos habituais reservatórios abastecedores. A localização de Viseu não é favorável neste aspecto e é natural que no futuro, outras soluções tenham de ser consideradas.

Sem comentários:

Enviar um comentário