O Presidente da República manifestou-se
preocupado com o futuro dos media que, aos poucos vêem as suas dificuldades
acrescidas, com as suas tiragens diminuídas, o número de jornalistas reduzido.
E tem razão para estar porque, pelo que
observo, cada vez se compram menos jornais, cada vez são mais chatos os noticiários
porque, sobretudo, cada vez há menos jornalistas a sério mesmo havendo mais,
desempregados.
Pelo conhecimento das coisas a que obriga, pela
investigação que envolve, ser jornalista chegou a ser uma das minhas opções
que, afinal, fiz bem não seguir porque jamais me adaptaria a este jornalismo
sem maneiras, sem ética, coscuvilheiro e insultuoso que, maioritariamente, é o
de agora.
Que jornalistas sério faz fretes seja a quem
for, deixa os seus preconceitos sobreporem-se à sua independência, ao dever de
informar correctamente?
E que temas escolhem para desenvolver, como
escolhem as fontes para se informar, como confirmam as verdades que creem
saber?
Raramente haverá tempo para fazer as coisas
bem feitas e muito menos para confirmar o que agrada que seja verdade, seja por
“ideologia” seja por conveniência.
O jornalismo independente quase desapareceu.
Aliás, fui professor numa universidade onde o
curso de jornalismo era, de longe o mais frequentado. Um curso de desempregados,
pensava eu, ou de jornalistas que não iriam crescer porque não teriam tempo.
Porque hoje não há tempo para nada.
Preciso é escandalizar, furar para ganhar
qualquer coisa… seja o que for!
Não me enganei no que pensava.
Preocupou-se já tarde o Presidente.
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