Nunca escondi a minha simpatia pela causa
catalã porque a minha noção de liberdade me impede de estar de acordo com
subjugações de que o desgraçadamente famoso artigo 155 da constituição
espanhola é um bom exemplo.
Melhor exemplo será, ainda, a atitude do
governo e da justiça de Castela que faz de patriotas catalães criminosos
políticos, numa atitude que em nada se demarca da “democracia fascista” de
Franco.
Que autonomia têm, de facto, as regiões ou,
melhor dizendo, os povos a quem a célebre constituição a nega?
Que respeito tem o governo castelhano, mesmo que comandado por uma galego desnaturado, pelos
povos que elegem os seus próprios governantes que, perante o artigo 155 não
passam de fantoches que pode depor a seu bel prazer e, se lhe aprouver,
condenar duramente como criminosos os que exigem que os seus direitos sejam
respeitados?
Que solidariedade é a que a Europa demonstra
para com povos que a força das armas um dia subjugou, ajudando o opressor a
continuar a opressão em vez de estar do lado da liberdade que se tornou a sua
única esperança?
O simples direito de se poder manifestar livremente não deveria ser reconhecido?
O simples direito de se poder manifestar livremente não deveria ser reconhecido?
Desde sempre ouvi que “de Espanha nem bom
vento nem bom casamento” e imagino em quantas dessas “autonomias” subjugadas,
das quais se faz a Espanha, haverá ditos semelhantes relativamente a Castela
que as mantém reféns de uma constituição que não respeita os seus direitos?
Por alguma razão o arquitecto da Sé da Guarda
que era, também, uma fortaleza contra as investidas castelhanas deixou uma
goteira muito especial virada para os lados de onde vinham os, felizmente,
derrotados desejos de subjugação.
Poderíamos ser nós, os portugueses, a desejar
agora recuperar a independência que a “Padeira de Aljubarrota” ajudou a
preservar, no que, de algum modo, a Catalunha nos ajudou com a luta que, ao
mesmo tempo, travava mas não conseguiu vencer.
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