ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

AFINAL O QUE É ESPANHA?



Nunca escondi a minha simpatia pela causa catalã porque a minha noção de liberdade me impede de estar de acordo com subjugações de que o desgraçadamente famoso artigo 155 da constituição espanhola é um bom exemplo.
Melhor exemplo será, ainda, a atitude do governo e da justiça de Castela que faz de patriotas catalães criminosos políticos, numa atitude que em nada se demarca da “democracia fascista” de Franco.
Que autonomia têm, de facto, as regiões ou, melhor dizendo, os povos a quem a célebre constituição a nega?
Que respeito tem o governo castelhano, mesmo que comandado por uma galego desnaturado, pelos povos que elegem os seus próprios governantes que, perante o artigo 155 não passam de fantoches que pode depor a seu bel prazer e, se lhe aprouver, condenar duramente como criminosos os que exigem que os seus direitos sejam respeitados?
Que solidariedade é a que a Europa demonstra para com povos que a força das armas um dia subjugou, ajudando o opressor a continuar a opressão em vez de estar do lado da liberdade que se tornou a sua única esperança?
O simples direito de se poder manifestar livremente não deveria ser reconhecido?
Desde sempre ouvi que “de Espanha nem bom vento nem bom casamento” e imagino em quantas dessas “autonomias” subjugadas, das quais se faz a Espanha, haverá ditos semelhantes relativamente a Castela que as mantém reféns de uma constituição que não respeita os seus direitos?
Por alguma razão o arquitecto da Sé da Guarda que era, também, uma fortaleza contra as investidas castelhanas deixou uma goteira muito especial virada para os lados de onde vinham os, felizmente, derrotados desejos de subjugação.
Poderíamos ser nós, os portugueses, a desejar agora recuperar a independência que a “Padeira de Aljubarrota” ajudou a preservar, no que, de algum modo, a Catalunha nos ajudou com a luta que, ao mesmo tempo, travava mas não conseguiu vencer.

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