ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 25 de novembro de 2017

DESCENTRALIZAÇÃO E UM PRESENTE CHAMADO INFARMED



Todos nos lembramos, decerto, de quando o PS era o campeão da regionalização que, agora, parece ter substituído por uma “descentralização” maneirista, idêntica à que todos dizem querer fazer mas não fazem porque nunca passa do centralismo disfarçado que transfere as responsabilidades de fazer em conformidade com o que o poder central decide.
Iniciativas e projectos que, em conformidade com as especificidades locais e regionais, as necessidades e a realidade justifiquem, continuarão a ser apenas uma miragem.
Apesar disso e para que uma descentralização mesmo tímida tenha algum efeito, será necessário, também, planeá-la, fazer dela um conjunto de medidas com sentido da realidade, não sendo, apenas, uma distribuição sem sentido.
A primeira atitude da descentralização que o governo de Costa quer fazer, foi, como o próprio primeiro ministro afirmou, a mudança do Infarmed para o Porto, o que, disse, estava pensado há muito tempo e integrava a candidatura da cidade para sede da Agência Europeia do Medicamento, além de já ter sido decidida e negociada com Rui Moreira.
Nas negociações, esqueceu-se Costa do próprio Infarmed que a comunicação social informou desta decisão, para além de se tratar de uma mudança prevista para circunstâncias que acabaram por não acontecer!
Depois, por que razão ninguém soube de tais negociações ou desígnios a propósito de uma candidatura cujas condições eram públicas?
As negociações com o presidente da autarquia portista eram secretas ou foi esta uma desculpa de que Costa se lembrou quando teve de se explicar?
Parece que a confusão e a demagogia eleitoralista para a qual as tragédias e os desaires de um Verão terrível e outras trapalhadas empurraram o Primeiro-Ministro, se mantêm e se renovam em cada atitude que toma.
Não me parece que seja deste modo que os desequilíbrios de que Portugal sofre e o levam a desperdiçar alguns dos seus mais preciosos recursos se equilibrem com atitudes inúteis que mais não fazem do que satisfazer rivalidades mesquinhas.

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