Há coisas que me escapam, certamente, no
jornalismo que tão grande destaque dá a qualquer coisa que, por certo, a
Humanidade já não verá e tão pouco parece preocupar-se com o que pode fazer que
assim seja.
Um título de caixa alta informa que “Há um
planeta extra-solar (muito perto de nós) que está a vir ao nosso encontro e que estará aqui bem ao lado dentro de 71
mil anos”.
Tempo que não passa
de
um curto lapso na vida da Terra que se formou há cerca de quatro mil e
quinhentos milhões de anos e nem me pareceria excessivo para a sobrevivência de
uma espécie, neste caso a Humanidade, se não estivesse em risco de, pelos seus
erros, poder ter uma perspectiva de futuro muitíssimo mais curta.
Refiro-me aos avisos insistentes da Ciência
sobre as calamidades que o modo como vivemos pode provocar e ao modo de as amenizar
o que, depois de o fingir, agora queremos por em prática mas, de todo, não parece
que venhamos a conseguir.
Perante as alternativas que os riscos que
corremos nos colocam, parece-me irracional que alguém com especiais responsabilidades
no que será o futuro, sem justificação sustentada ou por mero egoísmo os
desminta ou, reconhecendo-os, afirme a necessidade de sérias medidas que, ao
mesmo tempo, diz serem muito difíceis de tomar.
E serão, como o demonstrou a última
Conferência da ONU, a COP 22, sobre alterações climáticas que teve lugar em
Bona e terminou com propósitos de tudo se fazer para respeitar acordos pelos
quais se pretende manter abaixo dos 2ºC o acréscimo da temperatura média global
acima da que se verificava na era pré-industrial.
São de realçar o empenhamento manisfestado
por alguns grandes países como a China para respeitar o Acordo de Paris (2015)
e os apelos dramáticos de diversos países (Proclamação de Marraquexe) que pedem o empenhamento máximo para lutar contra as alterações climáticas ou, até
mesmo, como as Ilhas Fiji, que imploram que as não deixem desaparecer!
Uma série de novas reuniões foram decididas
para determinar o que fazer, que acontecerão a um ritmo mais lento do que
aquele que as alterações já ocorridas justificariam, com objectivos de limites
que os efeitos que já sentimos fazem crer excessivos para o que poderemos
suportar.
Talvez por isso as conclusões falam da
necessidade de manter a elevação da temperatura média global bem abaixo dos 2ºC e rever em alta os seus compromissos de redução dos gases com efeito de
estufa, já reconhecidos como insuficientes para concretizar aquele limite.
Já fomos muito além dos limites que nunca
deveríamos ter ultrapassado, sem garantias de os conseguir recuperar.
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