"cheira a castanha assada se faz frio..."
O sempre esperado Verão de S Martinho, desta vez
não se fez esperar porque, antes de vir, já cá estava.
A castanha, cujo perfume, próprio de tal
época, se espalha pelas ruas de Lisboa, sendo um dos cheiros que nos faz dizer que
“cheira a Lisboa”, tardou a chegar e não tem a qualidade nem a quantidade do
costume.
Os produtores queixam-se da qualidade, da
quantidade e do preço que, este ano, ficaram bem abaixo do que é costume.
Diz-se que é da seca. E será! Mas queira Deus
que não passe a ser sempre assim, como dádiva mal querida do aquecimento global
que o nosso modo de vida ávido gerou.
Mas, no velho hábito de pensar que o mal é só
para os outros, não arrepiámos caminho a tempo e horas e, como é costume
também, só depois de bater com a cabeça na parede se percebe a dor que tal
causa e se toma uma aspirina para a aliviar.
Mas a aspirina não cura nada, apenas disfarça
os sintomas que nos dizem estarmos doentes e deixará a doença progredir se a
não tratarmos devidamente.
Este ano terá sido uma amostra do que nos
espera porque não acredito que sejamos capazes de resistir às tentações dos
vícios que criámos aos quais, se diz também, se perdoa o mal que fazem pelo bem
que sabem.
Não creio que saiba tão bem assim o modo como
a Natureza nos castigará pelas interferências desregradas com que a afrontámos.
Por isso, talvez tenha sido no ano passado o
tão apetecido Verão de S Martinho!
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