Não disfarço o nojo que sinto com o que no
futebol profissional se passa. É nojo mesmo por tanta corrupção e perversidade
a que parece não ser possível por termo, por mais que alguns por isso se
esforcem!
Corrupção, violência, mentiras, ameaças e
tantas coisas mais a que há quem chame os “segredos do negócio”, mas que
qualquer vulgar bom senso condena, tem infernizado a minha vida nos últimos
tempos.
Impensável é o que se passa e se vai sabendo,
não apenas pelos famosos e-mail que têm sido dados a conhecer, cuja verdade
jamais alguém contestou mas cuja divulgação é contestada por divulgarem “segredos
de negócio”, como consta do recurso do Benfica contra a sentença do Tribunal
Cível do Porto que não proibiu a sua divulgação, porque têm provocado um
"enfraquecimento da ligação emocional dos adeptos" ao clube, o que se
traduz em menor assistência aos jogos, menor "apetência comercial" e,
consequentemente, menos receitas.
Estas queixas que mais parecem sugeridas por
um completo desespero do que por qualquer razão digna de ser invocada ou
qualquer réstia de inteligência recomendaria, estão bem de acordo com uma bem
conhecida afirmação de que mais do que comprar bons jogadores, o que importa é
colocar as pessoas certas nos lugares certos, o que não significa, portanto,
colocar um defesa a ponta de lança ou vice-versa.
Parece-me ter mais a ver com os organismos e
funções que regem o futebol, hoje francamente dominados por benfiquistas que,
nas suas decisões, não revelam o espírito são que o desporto exige, o que não
constitui segredo para ninguém.
Se os segredos são o que os tais e-mail
revelam, que benfiquista sério se pode sentir feliz com tal forma de
conquistar o que o mérito desportivo não permitiria?
Tal como eu gosto que o Sporting ganhe com
mérito, também os bons benfiquistas desejarão o mesmo para o seu Benfica. E
este será o drama maior de um Benfica que, com as suas atitudes condenáveis, não dignifica
os seus verdadeiros adeptos.
Mas parece que o governo não pensa assim. A
Secretaria de Estado da Juventude e Desporto e a seu IPDJ são prova disso, como
o serão a “guarda de honra” de que já se viu Vieira “escoltado” na tribuna do
Estádio da Luz.
Não sei o que irá acontecer por tanta coisa
irregular a que as autoridades desportivas e civis fecham os olhos (ressalvo a
PGR pelas investigações que tem em curso), nem imagino quem será
responsabilizado pelo que possa vir a acontecer em consequência de tanto ódio
que se acumula nos corações dos que se sentem roubados pela transparência que
outros exigem para o futebol.
Com “autoridades” assim, resta o “seja o que
Deus quiser” e depois se verá, um modo de estar tipicamente português.
Custa-me, também, o que lá por fora se diz
deste estado de coisas que em qualquer país civilizado não seria consentido.
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