A
Revolução de Outubro, aquela que, há cem anos, aconteceu em Novembro num país
miserável governado por um Czar que, provavelmente, nem se lembrava que o povo
existia, foi o corolário lógico do estado degradado a que chegaram as condições
de vida de muitos milhões de almas por cujo bem estar ninguém zelava e, por
isso, caiu na mais profunda e insustentável miséria.
Não
me pareceu aquilo uma revolução, mas um levantamento natural, impossível de
conter por quem tinha como destino a morte numa valeta, contra um modo de vida
insuportável, contra o desprezo de uma elite que, indiferente à miséria que a
rodeava e vivia num mundo sem privações.
A
revolução veio depois entre os que tentaram deitar a mão ao descontentamento do
povo. E morreram milhões!
Ganhou
Lenine e a partir daí se gerou toda uma linha de ditadores violentos que ao
povo não deu melhor vida do que a que antes tivera, assumindo pessoalmente a
ditadura que diziam ser a do proletariado!
O
Fim da União Soviética e dos seus satélites tornou claro o “socialismo” que
implantaram e gerou milhares de super-milionários que apareceram do nada e um povo
com muitas carências.
O
Comunismo não foi, como diziam, o caminho para o tão desejado socialismo. Não sei se porque
o egoísmo humano é intransponível se porque as cadeiras do poder têm o condão
de destruir as melhores intenções.
Mas
continuam os iluminados que se consideram fieis depositários de um ideal que se
não consumou, como o PCP, ou os que creem que era como os czares faziam que se
governa bem, como faz Maduro, ou entendem ser o povo carne para canhão como pensa Kim Jong un.
E
não resisto a contar aqui uma história que vem dos tempos em que o comunismo
chegou quase a dominar-nos.
Um
colega de trabalho, arquitecto, de profissão, era um ilustre admirador dos
ditadores comunistas, com especial relevo para o vilão que dominava a Alemanha
de Leste, garantia-me que o muro de Berlim existia não para evitar as fugas
para o Ocidente, mas para evitar que do Ocidente entrassem para se aproveitarem
das vantagens de que os habitantes a leste do muro usufruíam!
O
Curioso é que estava crente do que dizia.
Há
muito que me não lembrava disto, mas recordou-mo o patético discurso de
Jerónimo de Sousa que me parece ter já à perna alguém que em tudo mais se
parece com Cunhal.
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