ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 5 de novembro de 2017

OS MARAVILHOSOS FINS DE SEMANA DO ÁLCOOL E DA DROGA!




Os acontecimentos junto à Urban Beach foram, na realidade deploráveis.
Infelizmente sabemos que coisas assim são frequentes nestes ou junto a este tipo de locais onde, nas noitadas do fim de semana, o “pessoal” se evade da vida real embebedando-se e drogando-se, não me parecendo que por ali se sirva comida saudável ou exista um ambiente que proporcione convívios de amigos para matar saudades e relaxar.
Não me parece, pois, uma boa ideia procurar nestes lugares o relaxamento a que o desgaste de uma dura semana de trabalho convida ou a socialização que a barulheira e o ácool excessivos não permitem.
Mas estes lugares existem, são legais e há quem goste de frequentá-los. É a liberdade que garante os direitos de cada um, mas que não protege os que de um modo menos ou mais directo vêm a sofrer os efeitos dos excessos cometidos, tanto a nível social como de saúde. Tenho em mente, sobretudo, os familiares que terão, depois, de tratar das mazelas físicas e morais que os excessos sempre causam.  
As atitudes dos seguranças envolvidos, pela violência com que trataram alguém que se notava não controlar já as suas faculdades físicas e mentais, muito alcoolizado talvez, são absolutamente indesculpáveis e denotam que os agentes não possuem a devida formação para o trabalho de segurança que é suposto realizarem.
Não me compete estar aqui a fazer escola, dizendo como deveriam ou não proceder para com alguém naquelas circunstâncias, mas sejam quais forem as regras estabelecidas, jamais deveriam passar pela violência gratuita que inclusive, leva a desferir sucessivos pontapés e a saltar, a pés juntos, sobre a vítima caída no chão.
No vídeo que circulou, nem uma única vez vi o agredido responder às agressões. A violência repetida, mesmo sem reacção do agredido, denuncia “raiva”, o propósito de deixar marcas profundas, de uma exibição de poder que os eleve perante os que presenciavam esta triste cena.
O que se passou não deixa dúvidas e um castigo adequado às suas atitudes será, por certo, a consequência daquela inadmissível demonstração de força.
Mas chocou-me tanto como as barbaridades que ocorreram, o que os advogados dos “seguranças” detidos disseram aos jornalistas, seja que “as atitudes devem ser “contextualizadas” como desvalorizar o facto de saltar a pés juntos sobre a vítima afirmando que “não foi sobre a cabeça, foi apenas sobre o braço”!
Tenho ouvido, em reportagens televisivas, que andam por este tipo de locais indivíduos sem idade para os frequentar ou para consumir as bebidas que ali se vendem, o que farão com o maior desplante pois parece não haver nem consciência para os não servir nem fiscalização que o impeça.
Parece que depois do que sucedeu junto ao Urban Beach, o governo quererá rever as regras de funcionamento de tais locais.
Mais uma vez, depois de casa roubada trancas na porta, tal como aconteceu com os incêndios que, este ano, quase destruíram meio Portugal.
Mas será preciso que, sempre, a desgraça aconteça para, depois, se fazer alguma coisa para a remediar?
Parece-me que os políticos não têm tempo para perder com estas coisas sem importância que desgraçam famílias e sobrecarregam os hospitais que se vêem forçados a perder mais tempo com as consequências destes devaneios que procuram a desgraça do que com aqueles a quem a desgraça bateu à porta.
Mas para que maçarem-se com isto se somos nós todos quem terá de pagar os custos que a sua indiferença tiver?


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