ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 14 de novembro de 2017

HUMANIDADE, UMA ESPÉCIE SEM FUTURO?



É o futuro da Humanidade que está em causa, as vidas de nossos filhos, dos nossos netos e de todos os vindouros que houver.
É a já velha questão do mundo que vão herdar, do Ambiente que não terão para viver, da escassez de recursos de que disporão para a sua sobrevivência. E como “em casa onde não há pão, todos ralham sem razão”, numerosos conflitos serão de esperar para disputa do pouco que houver.
Não é um futuro feliz o que o mundo pode esperar se continuar a depredar o que não é seu, a confrontar forças naturais que não pode vencer.
Reduzimos excessivamente as grandes áreas de floresta no mundo, provocamos a extinção de numerosas espécies de seres vivos, poluímos os oceanos, utilizamos excessivamente os combustíveis fósseis lançando, na atmosfera, cada vez mais milhões de gigatoneladas de dióxido de carbono por ano, para alimentar uma população exponencialmente crescente, aumentamos o número de ruminantes que produzem enormes quantidades de metano que aumentam a concentração dos gases de estufa na atmosfera e tantas coisas mais, cujo controlo sistemático, para além do que a realidade já torna evidente, não deixa dúvidas sobre as consequências do consumismo excessivo que mantém uma economia que rapidamente conduzirá à extinção da própria Humanidade.
Depois do aviso que quase 2000 cientistas fizeram, em 1992, no seu “Alerta dos Cientistas do Mundo à Humanidade”, em que reconhecem que “Os seres humanos e o mundo natural estão em colisão. As actividades humanas causam danos severos e, por vezes, irreversíveis no ambiente e nos recursos” e no qual propõem atitudes que, de modo algum foram tomadas, de novo um grupo de cientistas, agora na ordem dos 15.000 em mais de 180 países e agindo de uma forma concertada, avisam, em comunicado agora publicado na BioScience, de que “estão em curso na Terra substanciais e irreversíveis alterações” que, comparadas com as verificadas em 1992, mostram bem como é desastroso, a curto prazo, o caminho que seguimos.
Mas, apesar disso, são preocupações de maior crescimento económico, de mais consumo, as que transparecem dos discursos dos políticos que, apesar das evidências que só tolos podem negar, fazem orelhas moucas aos avisos dos que estudam e controlam a vida na Terra e, mais do que isso, as negam ou fazem passar desapercebidas para que não sejam prejudicados os seus objectivos egoístas de curtíssimo prazo que não passam de ser o disfarce de uma tragédia qualquer dia sem remédio.
Os cientistas preocupam-se com um prazo mais longo, para o que observam, coligem e analisam dados que dão sinais evidentes do caminho insustentável que estamos percorrendo, do autêntico suicídio que, a muito curto prazo, estamos cometendo.
Infelizmente é com atroz egoísmo que os políticos respondem a tão preocupantes avisos, pelo que, nas suas conversas, não damos conta destas preocupações, apenas ouvindo falar do défice, do aumento do consumo, do crescimento do PIB, e de outras coisas que são o inverso do que os cientistas propõem e o bom senso recomendaria.
Os cientistas não têm dúvidas de que as secas severas que sofremos são uma consequência das alterações climáticas que a nossa actividade económica acelera. As tímidas medidas decididas em centenas de encontros, conferências, cimeiras, têm como objectivo que a temperatura média se não eleve, no final do século, mais do que dois graus centígrados.
Se com o acréscimo de meio grau centígrado desde 1992 as consequências são já as que sentimos, o que esperaremos que seja, então, a vida?
O gráfico publicado mostra que um aumento de 2ºC pode ser atingido antes de 2030.



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