ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 11 de novembro de 2017

COMO SE FOSSE UM SUICÍDIO ASSISTIDO…



No “Forum do Futuro” que teve lugar no Porto, Les U. Knight, fundador do “Movimento para a Extinção Voluntária da Espécie Humana” defendeu a ideia de que a extinção do Homem seria mutuamente benéfica para ele e para a Natureza porque evitaria "a drenagem de recursos pelos humanos" que resulta da actividade económica desenvolvida.
Knight, disse, em entrevista à Lusa, que havia chegado a esta conclusão em consequência de haver observado "em primeira mão vários casos de destruição do meio ambiente", pelo que se tem dedicado, ao longo dos últimos 26 anos, a difundir a ideia de que “os humanos estariam muito melhor se fossem muito menos”.  
Knight acaba por dizer que a ideia da extinção da Humanidade faz parte do processo de humor de que se serve para promover a reflexão sobre a redução do número de habitantes do planeta, o que lhes permitiria viver muito melhor, decerto porque tal faria com que consumissem menos recursos naturais, de um modo compatível com a capacidade da Natureza para os reproduzir.
Este tema da sobrevivência da Humanidade é dos que mais me tem preocupado, como muito bem sabem os que regularmente lêem o que escrevo e, por isso, sabem que não tenho dúvidas de que, sem alterações profundas no nosso modo de viver, os riscos são enormes, cada vez maiores, e a própria extinção da Espécie Humana é hipóteses que, no ponto a que as coisas chegaram, se não pode já descartar.
Mas tenho abordado esta questão importantíssima com base em parâmetros múltiplos e não apenas considerando a quantidade de habitantes da Terra que, como já por várias vezes afirmei, mais do que triplicou desde que nasci.
Quantas agressões ambientais, em primeira mão ou não, que interessa isso, não terei já observado, decerto muitas mais do que aquelas a que se refere o Sr Knight?
E já lá vai o tempo em que a questão era saber que população poderia a Terra suportar, no que os estudiosos de todo não se entenderam, talvez por não ser essa a verdadeira questão.
Desde uns poucos milhares de milhões até populações algumas dezenas de vezes superiores e, mesmo até, à consideração de ser este um falso problema porque antes de se colocar já o Homem teria colonizado outros planetas, foram as múltiplas hipóteses, meramente quantitativas, apresentadas.
Mais tarde, o célebre relatório “os limites do crescimento” elaborado por uma equipa de cientistas a pedido do Clube de Roma, reposicionou a questão, na qual introduziu o modo de viver e, com isso, o consumo de recursos.
Alvin Tofler introduziu a consideração das questões morais e sociais que o consumismo nos colocaria e problemas ambientais foram acrescentados também, colocados a par da exaustão de recursos e de certos tipos de psicopatias a que o consumismo nos conduz.
São cada vez mais numerosos os problemas que o modo de viver que escolhemos nos coloca e é cada vez menor o tempo que nos resta para evitar que se tornam insuperáveis.
Mas voltar à questão da quantidade para resolver a questão é coisa que eu não esperava, porque de pouco ou nada serviria se não forem considerados todos os demais aspectos que podem conduzir não á extinção voluntária mas à extinção catastrófica da Espécie Humana.
Quanto à Natureza, sempre fará valer as suas leis, exista ou não a Humanidade!
Por tudo isto, à ideia de Knight de que “os humanos estariam muito melhor se fossem muito menos”, eu contraponho uma outra que é “os humanos estariam muito melhor se vivessem em harmonia com a Natureza a que pertencem”.  

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