No “Forum do Futuro” que teve lugar no Porto,
Les U. Knight, fundador do “Movimento para a Extinção Voluntária da Espécie
Humana” defendeu a ideia de que a extinção do Homem seria mutuamente benéfica
para ele e para a Natureza porque evitaria "a drenagem de recursos pelos
humanos" que resulta da actividade económica desenvolvida.
Knight, disse, em entrevista à Lusa, que
havia chegado a esta conclusão em consequência de haver observado "em
primeira mão vários casos de destruição do meio ambiente", pelo que se tem
dedicado, ao longo dos últimos 26 anos, a difundir a ideia de que “os humanos
estariam muito melhor se fossem muito menos”.
Knight acaba por dizer que a ideia da
extinção da Humanidade faz parte do processo de humor de que se serve para promover
a reflexão sobre a redução do número de habitantes do planeta, o que lhes
permitiria viver muito melhor, decerto porque tal faria com que consumissem
menos recursos naturais, de um modo compatível com a capacidade da Natureza
para os reproduzir.
Este tema da sobrevivência da Humanidade é
dos que mais me tem preocupado, como muito bem sabem os que regularmente lêem o
que escrevo e, por isso, sabem que não tenho dúvidas de que, sem alterações
profundas no nosso modo de viver, os riscos são enormes, cada vez maiores, e a
própria extinção da Espécie Humana é hipóteses que, no ponto a que as coisas
chegaram, se não pode já descartar.
Mas tenho abordado esta questão
importantíssima com base em parâmetros múltiplos e não apenas considerando a
quantidade de habitantes da Terra que, como já por várias vezes afirmei, mais
do que triplicou desde que nasci.
Quantas agressões ambientais, em primeira mão
ou não, que interessa isso, não terei já observado, decerto muitas mais do que
aquelas a que se refere o Sr Knight?
E já lá vai o tempo em que a questão era
saber que população poderia a Terra suportar, no que os estudiosos de todo não
se entenderam, talvez por não ser essa a verdadeira questão.
Desde uns poucos milhares de milhões até populações
algumas dezenas de vezes superiores e, mesmo até, à consideração de ser este um
falso problema porque antes de se colocar já o Homem teria colonizado outros
planetas, foram as múltiplas hipóteses, meramente quantitativas, apresentadas.
Mais tarde, o célebre relatório “os limites
do crescimento” elaborado por uma equipa de cientistas a pedido do Clube de
Roma, reposicionou a questão, na qual introduziu o modo de viver e, com isso, o
consumo de recursos.
Alvin Tofler introduziu a consideração das
questões morais e sociais que o consumismo nos colocaria e problemas ambientais
foram acrescentados também, colocados a par da exaustão de recursos e de certos
tipos de psicopatias a que o consumismo nos conduz.
São cada vez mais numerosos os problemas que
o modo de viver que escolhemos nos coloca e é cada vez menor o tempo que nos
resta para evitar que se tornam insuperáveis.
Mas voltar à questão da quantidade para
resolver a questão é coisa que eu não esperava, porque de pouco ou nada
serviria se não forem considerados todos os demais aspectos que podem conduzir
não á extinção voluntária mas à extinção catastrófica da Espécie Humana.
Quanto à Natureza, sempre fará valer as suas
leis, exista ou não a Humanidade!
Por tudo isto, à ideia de Knight de que “os
humanos estariam muito melhor se fossem muito menos”, eu contraponho uma outra
que é “os humanos estariam muito melhor se vivessem em harmonia com a Natureza
a que pertencem”.
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