Chegou-me, há poucos dias, um “mail” que, com base em não sei qual informação, mas espero que o Diário da República, me mostra uma extensa lista de assessores “especialistas” dos diversos ministérios, como os seus nomes, as suas idades e os salários recebidos em tão nobres missões.
Desde o famoso grito “jobs for the boys” que ficou célebre
após umas certas eleições socialistas, que o povo se deu conta desta realidade
que é o modo como o apoio das “juventudes” –os carreiristas da política – é pago
após as vitórias que, em campanhas embriagantes que nada esclarecem, ajudam a
conseguir.
Provêm dessas “escolas
partidárias”, desses “infantários políticos”, os que mais tarde serão deputados, ministros e primeiros ministros do país. Não provêm das práticas das tarefas da vida e da
Administração Pública onde a realidade acontece e se pode obter a experiência
necessária para gerir pois, por princípio, apenas se pode gerir o que se conhece!
Notei que a uma extensa
listagem de uma “miudagem” que, pela sua idade, não pode ter a experiência
requerida pelos cargos que ocupa, correspondia uma folha salarial bem carregada
com valores individuais escandalosamente imorais num país onde 600 euros já é
considerado um rendimento aceitável para viver. Todos os demais o Governo
corta!
Foi, para mim, a prova
provada dessa retribuição que todos nós pagamos a quem se junta a esses bandos
de gente que se afasta do mundo, alguns dormirão até nas próprias sedes sei lá
em que condições, para alcançar estes favores com que iniciam uma carreira que
os pode levar muito longe na política, para administrar algo cuja realidade nunca
viveram.
E pergunto-me o que fará,
por exemplo um Primeiro-Ministro, com um batalhão de ignorantes a quem paga
salários milionários, se, como tem sido regra, perde tantas oportunidades para
estar calado, para não dizer o que diz, ou não aproveita outras em que deveria
falar para nos dizer o que deveria dizer sobre este momento que atravessamos e
do qual não há assessores juniores bem pagos que nos saibam tirar?
Não conhece o
Primeiro-Ministro, ele próprio pouco experiente, o modo de tornar a utopia
realizável, nem nisso o ajudarão os que ainda têm idade mais adequada para ler
histórias do tipo da Alice no país das maravilhas do que a os sinais de um
mundo nos mostra cada vez maiores motivos de perigo e nos arrasta para caminhos
de horror se, com inteligência e saber, os não soubermos interpretar oportunamente ou não
formos capazes de seguir mais caminhos para os evitar.
É certo que a situação é
de uma dificuldade e de uma delicadeza ímpares, próprias de uma viragem
Histórica profunda como outras que já aconteceram e que, por ser assim, deveria ter a
analisá-la e a procurar soluções, gente experiente que, sem intenções de
carreirismo político, pudesse contribuir com a experiência de uma vida para ajudar quem
a não tem.
Vejo, no Governo, a
verdura que se molda aos factos, não a força dura que os contém, os reforma e os domina
para que não saiam da realidade.
Não vejo na oposição outra
tomada de atitude que não seja dizer que não quer ir por ali, tentando
convencer o povo da saída que o não é, de soluções que não o são, de verdades que
nunca o serão, ao que responde o Governo com decisões que muito deixam a
desejar quanto à eficácia que deveriam ter se oportunas, bem orientadas e definidas.
Por tudo isto não vejo
saídas daquelas em que todos deveríamos sentir a necessidade de participar pela
certeza de que, com elas, tornaríamos, por certo, o futuro melhor.
Mas o mundo anda todo um
pouco assim por todo o lado. Os ricos penam com os seus insucessos, com os
problemas que criam e os pobres sofrem como sempre sofreram e, por isso, já nem
estranham muito!
Pior estão os que provaram
o gosto da abastança virtual, aquela que a varinha mágica da fada boa criou mas
se desfez à meia-noite!
Agora, voltou a realidade!
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