Ontem foi o Dia Internacional do Idoso.
Mais um de tantos dias
internacionais disto e daquilo que não sei muito bem para que servem. Deveriam
servir para reflectir sobre o que evocam, mas raramente me dou conta de que
seja assim, pelo menos na medida, com o cuidado e com a intenção com que o
deveriam ser.
Passei o dia à espera de
que alguém pudesse aparecer, num órgão do comunicação social qualquer, a dizer
coisas que valesse a pena ouvir, mostrando que há quem pense nesta questão que
o número cada vez mais elevado de idosos coloca à sociedade.
Ouvi pouco ou nada para
além de uma extrapolação que antecipa que o número de idosos em Portugal, agora
de dois milhões, será o dobro em meados deste século! E pronto, foi o que
ficámos a saber.
Mas quem, para além dessa
informação, se der ao cuidado de fazer umas contas, verificará que os idosos
que são, por esta altura, 20% da população total do país, passarão, então, a
ser 40%! No mínimo, mas porventura mais porque a tendência actual da nossa
população é para decrescer. Quem sabe se, por isso, em meados deste século os
idosos não atingirão um número muito próximo de metade da população total? Há
pouco tempo não seriam mais de uns 10%!
E tal como acontece em
Portugal, acontece o mesmo por todo esse mundo que se diz evoluído, mas me
parece não se dar conta da evolução que acontece e, por isso, dos problemas que
os futuro lhe colocará.
Esperaria eu ouvir,
talvez, do Primeiro-Ministro de Portugal, do Líder da Oposição ou de outros “sábios”
quaisquer de tantos que há por aí, o que pensam deste assunto, das alterações a
que dá aso, das consequências que terá e, sobretudo, de como as políticas
sociais e económicas se deverão adaptar a um fenómeno que parece ser
irreversível.
Mas não ouvi nada. E, tal
como em outras questões a que o passar do tempo e as inevitáveis mudanças que
trás dão lugar, parece-me que os políticos nada conseguem ver para além dos
problemas financeiros que enfrentam e não conseguem resolver, precisamente
porque não pensam em termos de futuro, tal como as suas funções de administrar fariam
supor que pensassem.
Estão atarefados a tentar resolver problemas que não preveniram no passado. Por isso não têm tempo para prevenir os que serão do futuro, mesmo do mais próximo.
Estão atarefados a tentar resolver problemas que não preveniram no passado. Por isso não têm tempo para prevenir os que serão do futuro, mesmo do mais próximo.
Não pensar o futuro é como
perder o norte na caminhada que fazemos, não saber por onde vamos, onde
chegaremos e nem o que, aí, iremos encontrar. É por isso que não só não
resolvem os problemas do presente como não previnem os gravíssimos problemas
que o futuro trará.
O problema etário é mais
um dos muitos e graves problemas que os políticos ignoram, dos muitos que os “marcelos”
deste mundo não sabem que existem e, consequentemente, não sabem como abordar
E se, como diz o povo, “olhos
que não vêem, coração que não sente”, nada pensam os políticos sobre as
questões que o futuro nos colocará, para as quais, por isso, não procurarão as
soluções adequadas.
Temos políticos para que
se não conseguem evitar que o futuro nos surpreenda com problemas cuja solução
não preparámos a tempo?
Mas serão os idosos uns inúteis que para mais não servem do que para dar uso aos bancos dos jardins ou jogar à sueca nos parques das cidades?
Mas serão os idosos uns inúteis que para mais não servem do que para dar uso aos bancos dos jardins ou jogar à sueca nos parques das cidades?
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