Independentemente das
reais razões de ser da crise sobre as quais, por vezes, já aqui reflecti em
termos de discordância com o que são as razões adiantadas pelos economistas e,
por isso, em divergência com as soluções que preconizam, o Governo português
acabou por fazer o que lhe foi imposto pelas entidades implicadas na operação
de resgate a que más governações nos conduziram, mas esqueceu algumas coisas
que deveria ter feito, também.
Por a casa em ordem
deveria estar no imediato das suas acções, explicando, de modo muito claro, as
atitudes que, para tal, teria de tomar, as medidas correctoras, mas duras, que teria de implementar.
Não o fez, não corrigiu as distorções enormes que encontrou, não enfrentou de modo enérgico a corrupção que ao longo de anos se instalou, deixando o país que ela passasse em claro através dos rombos existentes na Justiça que temos, o que agora nos coloca na não muito longe do topo da lista dos níveis de corrupção internacional, nem acabou com as benesses especiais que os políticos se atribuíram a si próprios, como forma de dar o mote do que teria de ser uma quase reconstrução do país e da sua sociedade. Por isso sente, agora, as dificuldades que sente e enfrenta uma contestação quer tende a agigantar-se.
Não o fez, não corrigiu as distorções enormes que encontrou, não enfrentou de modo enérgico a corrupção que ao longo de anos se instalou, deixando o país que ela passasse em claro através dos rombos existentes na Justiça que temos, o que agora nos coloca na não muito longe do topo da lista dos níveis de corrupção internacional, nem acabou com as benesses especiais que os políticos se atribuíram a si próprios, como forma de dar o mote do que teria de ser uma quase reconstrução do país e da sua sociedade. Por isso sente, agora, as dificuldades que sente e enfrenta uma contestação quer tende a agigantar-se.
Mas deveriam, antes de
mais nada, os partidos que suportam o Governo, ter reanalisado o acordo
negociado pelo PS e eles apenas assinaram de cruz, tentando, desde logo, colocá-lo
nos moldes capazes de garantir uma recuperação em vez da degradação que, por
culpa sua e alheia também, se está a verificar.
O acordo que Passos Coelho
e Vitor Gaspar aceitaram no convencimento de ser bom e, bem me lembro, alguns
economistas defenderam que deveria até ser
mais exigente para uma recuperação mais rápida era, afinal, a armadilha com que
uns se safaram da alhada em que se meteram e na qual os outros tolinhos se
deixaram enredar!
Sabe-o bem Francisco
Assis, um político bem mais perspicaz do que Seguro que, não sei por que, os
socialistas não preferiram, quando afirma que o PS, no caso de um segundo
resgate, deve participar nesse esforço, mas não deve assinar de cruz.
Diz este socialista que "Se o PS for chamado, porque é um partido com
responsabilidades institucionais e não é por estar na oposição que deixa de as
ter, deve participar nesse esforço e nesse diálogo, mas não se pode pedir ao PS
que assine qualquer coisa". Como
antes foi pedido ao PSD e ao CSD, digo eu.
Um segundo resgate
torna-se, dia a dia, mais natural de acontecer porque os indicadores de
recuperação na Europa ou seja de onde for, não passam de ser os resultados de
umas quantas manobras que têm em vista perpetuar o que está de resto, uma
economia que cada vez tem menos do muito de que necessita para se alimentar.
Mas esta é a tal questão de fundo sobre a qual será necessário reflectir de
novo, a base sobre a qual terá de ser construído o futuro!
Mas, Assis, põe bem a nota
numa realidade que, hoje, é mais do que óbvia: não estava este Governo
(porventura nem outro qualquer, tantos são os disparates que oiço) em condições
de governar.
Talvez agora, com a
experiência ganha, seja possível minorar o desastre que um segundo resgate
será!
Mas o que será minorar um
desastre?
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