ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 13 de outubro de 2013

COISAS QUE ME CHOCAM



1.   A recusa do Banco de Portugal para informar o Governo sobre os salários que paga aos seus funcionários e demais regalias que lhes conceda, parece-me inqualificável. Sejam quais forem as razões invocadas, não será correcta esta recusa que, aos cidadãos deste país castigado por dificuldades enormes, dá do banco central como que a imagem de um oásis onde tudo pode acontecer ao arrepio do todo nacional. Não pode o Banco de Portugal, entidade à qual não podem deixar de ser assacadas culpas de falta de controlo pela qual muitos o responsabilizaram em casos de grande gravidade para a economia nacional, por exemplo o BPN, julgar-se à margem de medidas que devem ser cumpridas por todos.

2.   Não pode um ex-Presidente da República, no caso Mário Soares, servir-se de expressões inapropriadas para atacar o que politicamente lhe não agrada, no caso o Governo, considerando-o um bando de delinquentes que deverão ser julgados, coisa que não considerou adequada para os erros praticados pelo último governo do seu partido que originou as situações que tornaram inevitáveis muitas das medidas deste governo que condena. Não deve um ex-Presidente da República referir-se ao Presidente da República como alguém que não sabe o que anda a fazer! Muito menos deverá fazer tudo isto sem um discurso claro e profundamente explicativo das razões para o fazer, as quais não podem ser as de um político ou politiqueiro qualquer porque devem ser as de um ex-Presidente da República a quem o país paga salário e regalias diversas às quais, por muitas das razões que invoca, deveria renunciar.

3.   Fazer uma manifestação sobre a Ponte 25 de Abril é coisa que não lembraria ao diabo! Numa ponte sem condições de segurança para trânsito pedonal, exposta a condições de dinâmica aérea que podem ser muito perigosas e com um tabuleiro bastante elástico situado sessenta metros acima do nível do Tejo, os riscos são demasiadamente elevados para que possa concordar com tal decisão. Mesmo justificada, pelos seus promotores, por uma corrida que, antes, ali tenha acontecido, continuo a não estar de acordo, não apenas porque são acontecimentos de natureza muito distinta mas, sobretudo, porque não deve a invocação de um erro justificar outro!

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