É mais do que evidente que o momento da verdade se aproxima porque não é crível que possa durar muito mais tempo esta situação de faz de conta que não entendemos os problemas que temos nem como é inevitável que, custe os sacrifícios que custar, os teremos de resolver em vez de contestar.
Continuamos a pretender
que seja a nossa Constituição, aquela que com pequeníssimos ajustamentos é a
que saiu da Revolução de Abril, a lei a que terão de submeter-se aqueles que
nos facultam os meios financeiros que nos permitem sobreviver e, assim, continuamos a
reclamar os direitos e privilégios que a nossa real capacidade não permite
sustentar, como a situação a que chegámos claramente o demonstra.
Aos poucos vamos atingindo
uma situação de descontrolo colectivo, montando um circo de idiotices em que
supostos “entendidos” se exibem numa confrangedora sucessão de discursos
confusos e contraditórios nos quais se não vislumbram soluções coerentes nem
alternativas claras e realizáveis às medidas que criticam. Confirma-se, da pior
forma, o velho ditado de “casa onde falta o pão…”
Como poderá levar-nos a
uma solução bondosa este forte e permanente atrito entre a governação, os
compromissos do Estado assumidos internacionalmente e um Tribunal Constitucional
cujas decisões se pautam pela sua visão da constitucionalidade das decisões
tomadas e não por uma realidade que a Constituição não contempla?
Perante tudo aquilo de que
nos apercebemos, não é excessivo temer graves problemas quer pelas medidas do duro
“orçamento” que o Primeiro-Ministro anuncia, quer pelo julgamento negativo que
dele possa fazer o Tribunal Constitucional impedindo a aplicação das medidas que
nos são impostas pelos que, de facto, podem decidir do futuro das nossas
finanças, com todas as consequências que daí possam resultar.
Sem comentários:
Enviar um comentário