ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

UM BALÃO DE SALVAÇÃO OU UM TIRO NO PÉ?


É mais do que evidente que existem, na Assembleia da República portuguesa, dois tipos de partidos políticos.
A um deles pertencem o BE e o PCP cuja missão é estar contra seja o que for, numa monotonia de argumentação desgastada que nem revela o que pretendem como futuro nem como resolveriam os problemas do presente. O seu combate é contra o “capitalismo explorador” sem o qual a sua existência não teria razão de ser.
Ao outro grupo pertencem o PSD, o PS e o CDS cujas intenções são ser a alternativa de poder num regime que, mesmo em sérias dificuldades de sobrevivência, ainda tenta ter futuro. Sós ou em arranjos em que o CDS faz de contrapeso, PSD e PS são os interpretes da alternância democrática com visão de curto prazo que não consegue mais do que adiar e agudizar os problemas que erros sucessivos vão agravando, se não mesmo o modelo mais sofisticado do “usa e deita fora” próprio desta civilização leviana em fim de ciclo.
É em consequência desta prática ridícula de luta pelo poder que não conseguimos ter, quando necessário, a força e o saber que as circunstâncias exigem para resolver problemas e ultrapassar situações delicadas como esta que, pelos vistos, terá como capítulo seguinte uma crise de efeitos imprevisíveis.
O pomo de todas as discórdias é, agora, o Orçamento de Estado que corre o risco de ser, nesta penosa travessia de deserto, um momento de viragem para um trajecto ainda mais longo e mais escaldante antes do fim inevitável de um estilo de vida insustentável que, planeado ou imposto, terá de acontecer.
Sabem estes partidos que o país sofrerá as agruras que, segundo o que uma caricatura de justiça afirmou, talvez um bom pifo possa atenuar mas que, mesmo assim, não deixará de ser o trambolhão fatal que nos afasta de um caminho de recuperação melhor ou pior que o bom senso e a cooperação nos poderiam proporcionar.
Sabe-o o Governo que foi ao ponto de desafiar o PS, que tem recusado fazer parte da solução do problema do qual foi o maior causador, a apresentar a sua proposta de orçamento para ser analisada e discutida em conjunto com a sua, procurando uma solução melhor para o futuro do país, pois é do país que se trata.
A sábia e patriótica resposta, saída da boca de um “notável” socialista, foi que “o PS não é o balão de salvação do Governo”!!!
É óbvia a confusão que reina em certas cabecinhas tontas que não conseguem ver para além dos seus mesquinhos interesses de poder quando tomam atitudes como estas que, com todo o despudor o afirmam, são em defesa do interesse de todos nós. Quem diria!
Entretanto, todos nos damos conta dos arranjinhos que, por aí, se fazem, tentando um lugar na frente da próxima grelha de partida...

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