É mais do que evidente que existem, na Assembleia da República portuguesa, dois tipos de partidos políticos.
A um deles pertencem o BE
e o PCP cuja missão é estar contra seja o que for, numa monotonia de
argumentação desgastada que nem revela o que pretendem como futuro nem como
resolveriam os problemas do presente. O seu combate é contra o “capitalismo
explorador” sem o qual a sua existência não teria razão de ser.
Ao outro grupo pertencem o
PSD, o PS e o CDS cujas intenções são ser a alternativa de poder num regime
que, mesmo em sérias dificuldades de sobrevivência, ainda tenta ter futuro. Sós
ou em arranjos em que o CDS faz de contrapeso, PSD e PS são os interpretes da
alternância democrática com visão de curto prazo que não consegue mais do que
adiar e agudizar os problemas que erros sucessivos vão agravando, se não mesmo o
modelo mais sofisticado do “usa e deita fora” próprio desta civilização leviana
em fim de ciclo.
É em consequência desta
prática ridícula de luta pelo poder que não conseguimos ter, quando necessário,
a força e o saber que as circunstâncias exigem para resolver problemas e
ultrapassar situações delicadas como esta que, pelos vistos, terá como capítulo
seguinte uma crise de efeitos imprevisíveis.
O pomo de todas as
discórdias é, agora, o Orçamento de Estado que corre o risco de ser, nesta penosa
travessia de deserto, um momento de viragem para um trajecto ainda mais longo e
mais escaldante antes do fim inevitável de um estilo de vida insustentável que,
planeado ou imposto, terá de acontecer.
Sabem estes partidos que o
país sofrerá as agruras que, segundo o que uma caricatura de justiça afirmou,
talvez um bom pifo possa atenuar mas que, mesmo assim, não deixará de ser o
trambolhão fatal que nos afasta de um caminho de recuperação melhor ou pior que
o bom senso e a cooperação nos poderiam proporcionar.
Sabe-o o Governo que foi
ao ponto de desafiar o PS, que tem recusado fazer parte da solução do problema do
qual foi o maior causador, a apresentar a sua proposta de orçamento para ser
analisada e discutida em conjunto com a sua, procurando uma solução melhor para o futuro do país, pois
é do país que se trata.
A sábia e patriótica resposta,
saída da boca de um “notável” socialista, foi que “o PS não é o balão de
salvação do Governo”!!!
É óbvia a confusão que
reina em certas cabecinhas tontas que não conseguem ver para além dos seus mesquinhos
interesses de poder quando tomam atitudes como estas que, com todo o despudor o
afirmam, são em defesa do interesse de todos nós. Quem diria!
Entretanto, todos nos damos conta dos arranjinhos que, por aí, se fazem, tentando um lugar na frente da próxima grelha de partida...
Entretanto, todos nos damos conta dos arranjinhos que, por aí, se fazem, tentando um lugar na frente da próxima grelha de partida...
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