Já é mais do que evidente que não pode o Estado resolver os seus problemas financeiros a menos que harmonize as despesas e as receitas que tem. Continuar a gastar mais do que se amealha é, sempre foi, o caminho da falência, habitualmente o caminho dos descuidados que julgam que o dinheiro cai do céu.
Recordo-me bem de quando
Sócrates afirmou, quando eram já muitas as vozes que clamavam contra as
despesas excessivas que fazia, que “tivemos a coragem de aumentar a nossa
dívida”, talvez a inspiração para os seus camaradas que, agora, dizem que Portugal apenas
sairá da crise se o voltar a fazer.
É mais do que óbvio que há
despesas que o Estado terá de cortar, tal como haverá receitas que terá de
garantir para atingir o equilíbrio indispensável a uma vida mais tranquila.
Apesar de tudo isto
compreendo as queixas dos que são atingidos pelas medidas de contenção que vão
desequilibrar toda uma vida entretanto baseada em rendimentos que, de repente,
desaparecem.
O que poderá fazer alguém
de um momento para o outro, para evitar a hecatombe a que o condenam?
Mesmo sendo indispensável
que o Estado se redimensione, depois de tantos e tantos anos em os seus meios
humanos cresceram desmesuradamente, não será possível à sociedade reabsorver,
num repente, os que o Estado dispensa, pelo que se manifestarão desequilíbrios
que, progressivamente, se agravarão, sabe Deus até que ponto.
Como em tudo, haverá um
ritmo certo para o fazer, será necessária uma formação adequada quanto ao modo
de o fazer e competirá ao Estado garantir que seja assim.
De nada valerão as guerras
dos sindicatos nem os escrúpulos constitucionais quando a questão é a de uma
exiguidade óbvia de meios para continuar a fazer como se fazia. Mais até, este
será o caminho da desgraça que não tarda a cair sobre quem não procurar, por outras
vias, a forma de sair deste impasse em que caímos.
Não tenho formação de
banqueiro, de jurista ou de financeiro que me permita entrar nestes despiques idiotas em
que todos se estão a derrotar mutuamente, a enterrar mais no buraco que o seu esbracejar afunda.
A minha formação é mais realista, serve-se de outros engenhos que sabem lidar com a “realidade real” que cada vez mais se afasta do irrealismo que o capitalismo criou, desse mundo virtual cujo coração bate nas “bolsas” e não na realidade da vida cujos ciclos re renovação são os ditados pela Natureza e não por monstros como a Goldman Sachs e outros que manobram os mercados a seu bel prazer como se nada mais houvesse para além dos meios financeiros que controlam.
Podem os bancos centrais emitir "moeda" a toda a hora porque, mesmo assim, não crescerão os recursos indispensáveis à vida e com os quais deveriam ter uma correspondência.
Há cada vez mais dinheiro, mas há cada vez menos bens naturais. Ao "boom" disto e daquilo que o capitalismo tem feito acontecer, não se seguirá o "boom" da "moeda" quando já nada lhe corresponder?
A minha formação é mais realista, serve-se de outros engenhos que sabem lidar com a “realidade real” que cada vez mais se afasta do irrealismo que o capitalismo criou, desse mundo virtual cujo coração bate nas “bolsas” e não na realidade da vida cujos ciclos re renovação são os ditados pela Natureza e não por monstros como a Goldman Sachs e outros que manobram os mercados a seu bel prazer como se nada mais houvesse para além dos meios financeiros que controlam.
Podem os bancos centrais emitir "moeda" a toda a hora porque, mesmo assim, não crescerão os recursos indispensáveis à vida e com os quais deveriam ter uma correspondência.
Há cada vez mais dinheiro, mas há cada vez menos bens naturais. Ao "boom" disto e daquilo que o capitalismo tem feito acontecer, não se seguirá o "boom" da "moeda" quando já nada lhe corresponder?
Porque não, em vez destes artifícios, aproveitar melhor os recursos naturais abandonados e desprezados num país onde a
desertificação cresce a um ritmo assustador e atinge já dois terços do
território?
Aproveitá-los não seria um
melhor conselho do que emigrar? Ou será que pensam que, por outras bandas, o
mundo é outro e o futuro será melhor?
Sem um novo modo de viver,
em muitos lugares do mundo nunca o subdesenvolvimento desaparecerá, nós não
conseguiremos viver melhor do que o mal que vivemos e os que ainda se sentem felizes em breve sentirão
as agruras de uma realidade a que não vão conseguir fugir.
Sem comentários:
Enviar um comentário