Se eu mandasse na minha
casa, não pagava IMI, não ma poderiam penhorar por dívidas que eu fizesse!
Mas como não vivo isolado
no mundo e me integro numa comunidade que tem as suas regras, pago IMI, taxas
de esgotos e coisas assim, enquanto se me endividar, terei de pagar, com
dinheiro ou com bens, as dívidas que fiz! E terei de faze-lo segundo as leis
dos meus credores, não importa as leis que eu tenha para a “minha” casa.
Pois também Portugal não
vive isolado da comunidade mundial a que pertence, com a qual se relaciona, faz
comércio e interage das mais variadas formas. Cujas regras tem de cumprir, quer
isto dizer.
É por isto que eu não
compreendo o argumento de que não podem os nossos credores, aqueles a quem a
nossa estupidez levou a pedir demais, fazer exigências que contradigam o que a
nossa Constituição define.
Eu penso que o melhor que
podemos fazer é negociar o melhor de que formos capazes, evitando atitudes de
arrogância que não nos valerão, de todo, a sua complacência.
E não vejo, também, como
poderá Portugal sair do buraco em que o meteram, continuando a desculpar-se com
as suas próprias leis para não cumprir as obrigações que, em relação a outros,
assumimos.
Que o Governo apele aos
demais órgãos de soberania para que ajam do modo mais conveniente para podermos
ver-nos livres do sarilho em que nos metemos, não me parece uma forma de
pressão mas, tão só, uma chamada de atenção para as consequências cada vez mais
graves a que a nossa arrogância nos possa levar.
Não sei qual será o grau
de compreensão do tribunal Constitucional para os prejuízos que a sua postura
já causou e, sobretudo, como será julgado no futuro por aqueles sobre cuja
cabeça vão cair as suas mais pesadas consequências.
Estamos a viver uma hora
especialmente difícil que exige bom senso e inteligência que, infelizmente, não
estou certo de que quem os deveria mais ter, os terá!
Sem comentários:
Enviar um comentário