ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

NA MINHA CASA MANDO EU?



Se eu mandasse na minha casa, não pagava IMI, não ma poderiam penhorar por dívidas que eu fizesse!
Mas como não vivo isolado no mundo e me integro numa comunidade que tem as suas regras, pago IMI, taxas de esgotos e coisas assim, enquanto se me endividar, terei de pagar, com dinheiro ou com bens, as dívidas que fiz! E terei de faze-lo segundo as leis dos meus credores, não importa as leis que eu tenha para a “minha” casa.
Pois também Portugal não vive isolado da comunidade mundial a que pertence, com a qual se relaciona, faz comércio e interage das mais variadas formas. Cujas regras tem de cumprir, quer isto dizer.
É por isto que eu não compreendo o argumento de que não podem os nossos credores, aqueles a quem a nossa estupidez levou a pedir demais, fazer exigências que contradigam o que a nossa Constituição define.
Eu penso que o melhor que podemos fazer é negociar o melhor de que formos capazes, evitando atitudes de arrogância que não nos valerão, de todo, a sua complacência.
E não vejo, também, como poderá Portugal sair do buraco em que o meteram, continuando a desculpar-se com as suas próprias leis para não cumprir as obrigações que, em relação a outros, assumimos.
Que o Governo apele aos demais órgãos de soberania para que ajam do modo mais conveniente para podermos ver-nos livres do sarilho em que nos metemos, não me parece uma forma de pressão mas, tão só, uma chamada de atenção para as consequências cada vez mais graves a que a nossa arrogância nos possa levar.
Não sei qual será o grau de compreensão do tribunal Constitucional para os prejuízos que a sua postura já causou e, sobretudo, como será julgado no futuro por aqueles sobre cuja cabeça vão cair as suas mais pesadas consequências.
Estamos a viver uma hora especialmente difícil que exige bom senso e inteligência que, infelizmente, não estou certo de que quem os deveria mais ter, os terá!

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