Lisboa nunca foi reconhecida
pelas boas soluções de trânsito que adopta. Até me poderia lembrar de algumas
que parecem ter sido pensadas por alguém enquanto fazia o pino. Mas nunca me
posso esquecer da famigerada interface do Campo Grande que, em meu juízo, sofre
as consequências de uma das menos felizes soluções alguma vez adoptadas. E o
que deveria ser uma solução para que muito trânsito automóvel, vindo do
exterior, encontrasse uma solução fácil para não penetrar no interior da cidade,
não passa de um conjunto de soluções de vai para a esquerda e, depois, voltar atrás e seguir em frente para, finalmente, ir para a direita como se desejava.
Mas não é do trânsito da cidade
em geral que lhes quero falar. Desta vez apenas chamo a atenção para um
pormenor de deliciosa estupidez que é a de tornar proibido sequer parar em
frente de uma farmácia, para que alguém possa sair de um carro e ir aviar uma
receita, porventura muito urgente.
As farmácias são locais onde,
para infelicidade de alguns, a rapidez com que se vá adquirir um remédio pode
fazer muita diferença. Há emergências vitais, daquelas que é preciso ter em
conta quando se planeia seja o que for. Neste caso o trânsito de uma cidade.
Será o desrespeito pela sinalização o que o autor da solução preconiza quando se tratar de casos muito urgentes?
Vivi num país africano onde, nas
cidades, havia o cuidado de proporcionar condições de estacionamento temporário
junto às farmácias, o que me pareceu uma medida de nível cívico adequado.
É em 2013, na que foi capital do
Império a que tais cidades pertenciam, várias dezenas de anos depois, que se me
depara este espectáculo desagradável de não poder parar o carro para alguém
sair e ir à farmácia comprar medicamentos, do que resulta a perda de bastante
tempo na procura de um lugar para estacionar, como é habitual em Lisboa.
Felizmente, desta vez, não se tratava de uma emergência.
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