ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

ASSIM VAI LISBOA



Lisboa nunca foi reconhecida pelas boas soluções de trânsito que adopta. Até me poderia lembrar de algumas que parecem ter sido pensadas por alguém enquanto fazia o pino. Mas nunca me posso esquecer da famigerada interface do Campo Grande que, em meu juízo, sofre as consequências de uma das menos felizes soluções alguma vez adoptadas. E o que deveria ser uma solução para que muito trânsito automóvel, vindo do exterior, encontrasse uma solução fácil para não penetrar no interior da cidade, não passa de um conjunto de soluções de vai para a esquerda e, depois, voltar atrás e seguir em frente para, finalmente, ir para a direita como se desejava.
Mas não é do trânsito da cidade em geral que lhes quero falar. Desta vez apenas chamo a atenção para um pormenor de deliciosa estupidez que é a de tornar proibido sequer parar em frente de uma farmácia, para que alguém possa sair de um carro e ir aviar uma receita, porventura muito urgente.
As farmácias são locais onde, para infelicidade de alguns, a rapidez com que se vá adquirir um remédio pode fazer muita diferença. Há emergências vitais, daquelas que é preciso ter em conta quando se planeia seja o que for. Neste caso o trânsito de uma cidade. Será o desrespeito pela sinalização o que o autor da solução preconiza quando se tratar de casos muito urgentes?
Vivi num país africano onde, nas cidades, havia o cuidado de proporcionar condições de estacionamento temporário junto às farmácias, o que me pareceu uma medida de nível cívico adequado.
É em 2013, na que foi capital do Império a que tais cidades pertenciam, várias dezenas de anos depois, que se me depara este espectáculo desagradável de não poder parar o carro para alguém sair e ir à farmácia comprar medicamentos, do que resulta a perda de bastante tempo na procura de um lugar para estacionar, como é habitual em Lisboa. Felizmente, desta vez, não se tratava de uma emergência.

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